Com a chegada da Páscoa, é quase impossível resistir às tentações açucaradas da temporada. O chocolate, um dos doces mais amados do mundo, vira protagonista — principalmente nos tradicionais ovos de Páscoa. Mas será que o consumo está liberado?
A resposta é: depende da quantidade e do tipo de chocolate. Apesar de conter compostos benéficos, como antioxidantes do cacau, o excesso pode causar mais malefícios do que prazer.
Os perigos do exagero
“Quando chega-se ao estágio dessa doença, o açúcar que se acumula no sangue pode afetar os olhos, os rins, os nervos, o coração e os vasos sanguíneos”, alertam especialistas.
Além disso, as gorduras saturadas presentes no chocolate contribuem para o aumento do colesterol ruim (LDL), redução do colesterol bom (HDL) e elevação dos triglicerídeos — o que aumenta os riscos de doenças cardiovasculares como AVC e infartos.
O chocolate também pode provocar efeitos indesejados em pessoas mais sensíveis: enxaqueca, insônia, diarreia, azia, agitação e até acne. Em casos extremos, há relatos de doenças hepáticas e formação de cálculos renais.
Mas e os benefícios?
Nem tudo é amargo. O cacau — principal ingrediente do chocolate — é rico em compostos bioativos com ação antioxidante, anti-inflamatória e cardioprotetora. Entre eles, as antocianinas e catequinas, que ajudam a reduzir a pressão arterial, melhoram o humor e protegem o coração.
Os polifenóis do cacau também têm efeitos positivos sobre a cognição e o sistema nervoso, estimulando a liberação de neurotransmissores associados ao bem-estar.
Contudo, esses benefícios são restritos às versões mais puras do produto. “Esses efeitos são uma exclusividade dos chocolates com pelo menos 60% de cacau”, reforçam os nutricionistas.
Quanto consumir?
A recomendação geral é de 25 a 30 gramas de chocolate por dia para adultos saudáveis e fisicamente ativos. No caso das crianças, o limite diário cai para 15 gramas, e menores de dois anos não devem consumir doces.
Já pessoas com sensibilidade à cafeína ou predisposição a enxaquecas devem evitar o alimento. A substância feniletilamina, presente no cacau, pode desencadear dores de cabeça em indivíduos sensíveis.
Como escolher o chocolate ideal?
O segredo está na escolha certa. Chocolates com alto teor de cacau (60% ou mais) são os mais indicados, pois concentram antioxidantes e menos açúcar. A massa de cacau, rica em teobromina, estimula a serotonina e melhora o humor.
Atenção ao chocolate diet: muitas vezes ele tem mais gordura e calorias do que o tradicional. O apelo “sem açúcar” pode enganar e levar ao consumo exagerado. Sempre leia os rótulos.
Já o chocolate branco, feito apenas com manteiga de cacau, açúcar e leite, não traz os mesmos benefícios antioxidantes e costuma ser mais calórico.