O Feed TV conversou com alguns participantes do Lollapalooza Brasil 2025 a respeito da diversidade étnica no festival. A presença praticamente inexistente de pretos no evento chamou atenção antes mesmo do início. No X, uma usuária ironizou a ausência já no ônibus exclusivo: ‘contagem de negros no expresso Lolla’. Com menos de 15% de artistas pretos no palco e nenhum como headliner, o festival atraiu críticas sobre o tema.
Na percepção de Dalila Alves, que estava trabalhando no Lolla como promotora, a ausência de diversidade racial é clara: ‘A maioria das pessoas pretas que tem aqui é o pessoal que está trabalhando, agora de visitante mesmo são poucos’.
Já começando pelo valor do ingresso, que saía por no mínimo R$ 545 com a entrada social, a estudante Ingrid Calado confessou que não estaria no evento se também não estivesse trabalhando nele: “Eu nunca pagaria isso porque não é minha realidade […] Eu já tinha noção que só ia ter branco. A gente só é chamado pra meio que cobrir uns buracos de outras pessoas que não aceitam”.


Já para Diego, a diversidade racial estava adequada: “Me sinto feliz, a vontade e pertencido estando aqui dentro. Pra mim é o festival que eu mais gosto de vir aqui no Brasil”. Questionado sobre como essa realidade poderia mudar, Eduardo opina: “Eu acho que oferecer acesso de uma forma mais barata. O festival tem diversos tipos de ingresso, mas ainda assim a [entrada] social é cara pra caramba.”


Dos 71 artistas escalados para o Lollapalooza Brasil 2025, apenas 9 são negros e 1 indígena
Além da ausência de ampla representatividade entre o público, o Lollapalooza Brasil 2025 tem essa mesma discrepância nos palcos. Com quatro palcos e 71 atrações, apenas 9 são artistas negros e 1 indígena.
Procurada, a organização do Lollapalooza ainda não se posicionou sobre o assunto.