Um comerciante chinês foi morto a tiros na noite desse domingo (22/11) em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Yunsheng Chen, de 55 anos, foi executado com um tiro na cabeça e outro próximo ao coração, no escritório que usava para administrar uma mercearia na avenida São Jerônimo, no bairro São Judas Tadeu.
Quem encontrou o corpo foi o filho dele, que acionou a Polícia Militar (PM). A corporação descartou que o caso tenha sido latrocínio (veja mais abaixo).
O que se sabe sobre o homicídio de comerciante chinês
De acordo com o boletim de ocorrência, o filho de Chen foi avisado por um vizinho que “algo teria acontecido ao pai dele”. Acompanhado de um amigo, o rapaz foi até o escritório onde o genitor estaria, e o encontrou caído no chão com um ferimento na cabeça, não sabendo se tratar de queda ou assalto. Então, ele chamou a polícia.
Quando a PM chegou no local, Chen já estava sendo atendido por uma equipe médica, que confirmou a morte do comerciante. Em seguida, policiais civis chegaram para fazer a perícia da cena do crime. Os agentes localizaram uma segunda perfuração por arma de fogo, no lado esquerdo do tórax da vítima. No bolso dele, encontraram R$ 790,00 em espécie.
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Latrocínio descartado
Inicialmente, a polícia cogitou que Chen teria sido vítima de latrocínio, pois ele costumava guardar dinheiro naquele escritório. No entanto, a hipótese logo foi descartada.
Isso porque, além do dinheiro encontrado no bolso do comerciante, não havia sinais de arrombamento e não foi confirmada a subtração de qualquer bem ou valor.
No pavimento superior do estacionamento onde funcionava o escritório foram encontrados sacos de moedas, sem notas.
À polícia, o filho de Chen afirmou que o pai não possuía inimigos, que não estava sofrendo ameaças de morte e que não possuía dívidas.
Vídeo mostra fuga de suspeitos
Imagens de câmeras de segurança mostram criminosos fugindo do local do crime em um carro prata. Ainda que o circuito dê o horário da madrugada de domingo, o boletim de ocorrência e a versão dos policiais e do filho da vítima enfatizam que o caso aconteceu na noite de sábado.
Veja a movimentação dos suspeitos:
Conforme a apuração da polícia, o veículo GM/Astra ficou estacionado na frente do local do crime por mais de uma hora. Por volta das 21h30 do sábado, dois indivíduos saíram correndo do estacionamento e embarcaram no veículo, que deixou o endereço rapidamente.
Não foi possível identificar placa ou características detalhadas do automóvel, relataram os policiais no boletim de ocorrência.
O caso foi registrado no 6º Distrito Policial (DP) de São José dos Campos, como homicídio com a agravante de “à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido”.
A polícia solicitou o exame necroscópico da vítima e apreendeu o dinheiro encontrado e o celular do comerciante para investigação.
Homicídios de chineses em SP
A morte de Chen se assemelha a de outros imigrantes chineses em São Paulo – com a diferença que ele foi executado em uma cidade do interior, e não no centro da capital paulista, como de costume.
Há menos de duas semanas, em 15 de novembro, um microempresário chinês, identificado como Su Jingwei, de 35 anos, foi morto a tiros no bairro da Liberdade. Nenhum pertence dele foi subtraído e os suspeitos também fugiram rapidamente do local.
No especial Tentáculos da Máfia Chinesa, publicado pelo Metrópoles em fevereiro deste ano, a reportagem mostrou como a Polícia Civil investigou uma série de homicídios de imigrantes sinos na capital paulista.
Eles foram mortos por conterrâneos após se negarem a ceder à extorsões de um grupo mafioso liderado por Liu Bitong, atualmente preso. Em todos os casos, os imigrantes eram executados a tiros, à noite ou de madrugada, e não tinham qualquer pertence subtraído.
À época do inquérito, em 2017, a Polícia Civil de São Paulo declarou que o grupo mafioso havia sido desmantelado. O Metrópoles mostrou, no entanto, que, desde então, o número de boletins de ocorrência que narram execuções de chineses neste mesmo modus operandi aumentou.
A reportagem apurou que a Polícia Civil não trabalha mais com a hipótese de uma máfia atuante em São Paulo, e investiga cada caso de forma singular, sem relacionar com ocorrências parecidas.
Fonte: www.metropoles.com



































