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Como “Big Brother” do governo federal rastreou Lamborghini de Deolane

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São Paulo — Chamado de “Big Brother” do governo federal, por reunir imagens de 26 mil câmeras espalhados por todo o país, o sistema Córtex foi essencial para robustecer as evidências de que a advogada e influencer Deolane Bezerra usava como se fosse sua uma Lamborghini de R$ 4,8 milhões em nome de um dono de casa de apostas investigado por lavagem de dinheiro.

O Córtex é uma plataforma de dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) que permite o acesso a uma base de dados nacional para investigadores. Além de reunir dados de CPFs e CNPJs, o sistema permite que investigadores pesquisem pelas placas de carros de investigados e saibam por quais lugares esses veículos passaram quando identificados por milhares de câmeras espalhadas pelo país.

No caso de Deolane, além de a própria advogada ostentar a Lamborghini Urus em suas redes sociais como parte de sua vida de ostentação, a placa do veículo foi identificada transitando somente por São Paulo. Em um dos registros, de fevereiro deste ano, foi flagrada por câmeras na Avenida Engenheiro Caetano Álvares, na zona norte paulistana. Em outro, na Rua Pedro de Toledo, próxima ao Parque Ibirapuera, na zona sul.

Registrado em Camboriú, em Santa Catarina, o carro de luxo está em nome da Sports Entretenimento, de Pernambuco, cujo sócio é Darwin Filho, dono de casas de apostas investigado por lavagem de dinheiro e pagamentos a Deolane. Um deles, no valor de R$ 5 milhões, foi feito por meio de uma intermediadora de pagamentos de bets que foi apelidada de “campeã da lavagem” pela Polícia Civil, em razão de movimentações bilionárias em poucos meses.

Policiais suspeitam que outro carro de R$ 4 milhões em nome de Darwin Filho, uma Ferrari, esteja nas mãos de terceiros. Ele foi flagrado uma vez em frente à casa dele, em Recife. Depois de sua aquisição, só trafegou por outros estados, como São Paulo, Bahia e Paraíba. A Polícia Civil vê uma nova tentativa “de ocultar o novo proprietário do veículo”.

Darwin Henrique da Silva Filho, é dono da Esportes da Sorte e filho de um conhecido “bicheiro”. Foi a Esportes da Sorte que ficou conhecida por patrocinar grandes competições e clubes da Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol.

Em seu nome, foram encontrados vários modelos de Porsche, uma Ferrari de R$ 7 milhões e uma Lamborghini de R$ 4,8 milhões. Entre as joias adquiridas, foram identificados um colar de ouro de R$ 119 mil e um brinco de R$ 319 mil, além de uma bolsa de R$ 40 mil. Investigadores também identificaram um jato comprado por uma de suas empresas no valor de R$ 11,9 milhões.

Em um período de cinco anos de quebras de sigilo bancário, foram identificados R$ 5 milhões em movimentações incompatíveis com os ganhos. Houve ano em que os giros nas contas bancárias excederam em 965% os seus rendimentos.

A relação de Deolane com Darwin Filho foi determinante para que a Polícia Civil pedisse a prisão da advogada e influencer. Deolane e sua mãe, Solange Bezerra, estão presas desde o dia 4/9, em Recife, acusadas de integrar um esquema bilionário de lavagem de dinheiro envolvendo bets. Elas negam as acusações.

Fonte: Oficial