Por trás da aparência inofensiva dos refrigerantes, com suas embalagens vibrantes e sabor adocicado, há um grave risco à saúde renal. O consumo excessivo dessas bebidas tem sido associado ao aumento de casos de cálculos urinários — popularmente conhecidos como pedras nos rins — entre adultos jovens. Especialistas apontam que ingredientes como o ácido fosfórico, o açúcar em excesso e a cafeína alteram o pH da urina, favorecendo a formação de cristais que, com o tempo, se transformam em pedras dolorosas.
Um vídeo recente que viralizou nas redes sociais exemplifica esse risco: um paciente que consumia até três litros de refrigerante por dia precisou passar por uma cirurgia para remover 35 pedras da bexiga. O caso chocante chamou atenção para os danos que o refrigerante pode causar, mesmo quando consumido “de vez em quando”, segundo alerta do urologista Dr. Alexandre Sallum Bull, da USP. Ele explica que essa bebida é uma das mais agressivas para o sistema urinário e pode levar a complicações como infecções e cirurgias.
O consumo frequente de refrigerante está associado a um risco até 33% maior de desenvolver cálculos urinários, especialmente em pessoas com histórico familiar da doença, má hidratação, dieta rica em sódio e embutidos, ou sedentarismo. Para prevenir, os especialistas recomendam beber mais água, evitar bebidas adoçadas, reduzir o consumo de sal e carne vermelha, além de incluir frutas cítricas na alimentação, que ajudam a impedir a cristalização dos minerais.
Por fim, o caso das 35 pedras na bexiga serve como um alerta: não se trata de azar, mas de uma consequência direta de hábitos alimentares ruins. Segundo Dr. Bull, cortar o refrigerante é mais do que eliminar calorias — é uma atitude de autocuidado com o corpo e os rins. A prevenção começa com escolhas simples, mas conscientes.