São Paulo — O litoral de São Paulo passou a contar com um novo sistema de alarme contra desastres climáticos. Por meio da plataforma, desenvolvida pelo Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), vinculado à Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), será feito o monitoramento preventivo de ressacas e inundações costeiras.
A tecnologia vai identificar situações que antecedem fenômenos associados a perigos como erosão costeira intensa, inundação de praias e dunas e maré alta acima do normal, com enchentes e alagamentos.
Nomeado como Sistema de Alerta de Ressacas e Inundações Costeiras (Saric), a nova ferramenta é constituíd de uma plataforma tecnológica inédita no Brasil, com escala de representação espacial que reproduz trecho a trecho cada área.
A detecção será realizada nos casos mais graves, que poderão ser classificados nos níveis de “observação”, “atenção” ou “alerta”. Segundo a Semil, todas as praias do litoral de São Paulo são monitoradas.
A plataforma é aberta ao público e tem a capacidade de receber dados meteorológicos e oceanográficos. As análises são feitas de forma integrada, considerando a velocidade do vento, o nível máximo das marés e a altura máxima das ondas. Com esses dados, o Saric consegue fazer o cálculo de risco com quatro dias de antecipação.
A pesquisadora do IPA Celia Gouveia Souza, que é responsável pelo projeto, explicou que o sistema pode ajudar a população. “O Saric permite antecipar situações críticas e proteger a população dos efeitos devastadores dos desastres climáticos, evitando inclusive mortes”, disse.
Usando os mapas do Saric, é possível prever inundações em locais com risco alto e muito alto de erosão costeira crônica, ou seja, nas primeiras praias que seriam atingidas pela força do mar em situações de fenômenos meteorológicos e oceanográficos fortes.
Em operação desde 2023, a plataforma digital teve investimento de R$ 393 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), de acordo com a Semil. O Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo e a Universidade Santa Cecília (Unisanta) também tiveram participação no projeto.
Fonte: Oficial