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Decisão de ministra pode tirar cientista de vaga de Boulos na Câmara

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O cientista Ricardo Galvão ainda não sabe se irá assumir a vaga de Guilherme Boulos (PSol) na Câmara dos Deputados, após a nomeação do deputado, nessa segunda-feira (20/10) para a Secretaria-Geral da Presidência da República pelo presidente Lula (PT).

Galvão é suplente pela coligação PSol/Rede, o que lhe dá direito à vaga de Boulos, mas poderá perder o lugar no Congresso para Sônia Guajajara (PSol), Ministra dos Povos Indígenas.

“Há rumores de que logo após a COP 30, a ministra Sônia Guajajara retornará à Câmara, e ela ocuparia a vaga a do Boulos. Nesse momento, eu sou o primeiro suplente. Mas não recebi nenhum contato em relação a isso”, explicou Galvão ao Metrópoles.

À frente da presidência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o cientista disse que deixaria o órgão caso seja, de fato, indicado à Câmara. Até lá, ele trabalha com as duas possibilidades: “Estou aguardando com calma, se a vaga surgir e vier para a Rede, irei assumi-la. Senão, permaneço no CNPq”.

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Galvão já indicou substitutos à Presidência do CNPq, mas os nomes ainda são sigilosos. “Isso vai depender da ministra Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovações). Eu já conversei com ela, mas é uma prerrogativa dela definir”.

Futuro da Rede

A decisão se Ricardo Galvão vai para a vaga de Boulos influencia no futuro da Rede. Em 2022, a sigla conseguiu eleger dois deputados federais: Túlio Gadelha e Marina Silva. Com a ida de Marina para o ministério do Meio Ambiente, a vaga ficou com Luciene Cavalcante, do PSol. Se Guajajara ficar com o lugar Boulos, o partido continua com só um lugar.

O placar pode fazer diferença no ano que vem, uma vez que Galvão já definiu que só irá concorrer nas eleições de 2026 caso se torne deputado este ano. “Se eu não assumir na Câmara e continuar no CNPq até o fim do ano, eu não concorreria. Se eu assumir, tem uma obrigação de continuidade”, afirmou o cientista.

Hoje, a sigla está separada entre as alas da presidente, Heloísa Helena, e da ministra Marina Silva, que está em busca de um novo partido. Galvão é do grupo de Marina, e prevê que, no momento em que ela deixar a Rede, haverá uma debandada da sigla. “Não existe nenhuma definição. Essa articulação está sendo feita diretamente pela ministra, e devemos segui-la”.

Quem é Ricardo Galvão

Ricardo Galvão é físico com atuação na área de fusão nuclear. O cientista é reconhecido internacionalmente, como em 2019, quando foi agraciado pela revista Nature como uma das personalidades da ciência mundial.

Antes de assumir o CNPq, Galvão foi diretor no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), tornando-se um alvo de ataques do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2019.

À época, Bolsonaro acusou o Inpe de mentir sobre dados de desmatamento da Amazônia e agir a “serviço de alguma ONG”. Galvão rebateu à crítica e foi demitido do cargo após quatro anos à frente do instituto. O pesquisador defendeu publicamente a credibilidade dos dados do Inpe e o trabalho dos técnicos do instituto.

Apesar de eleito suplente, ele nunca atuou na Câmara, e foi nomeado presidente do CNPq no primeiro ano do governo Lula.

Fonte: www.metropoles.com