Admilson Ferreira dos Santos, preso nesta quarta-feira (16/7), suspeito de envenenar o enteado de 19 anos com bolinhos de mandioca, é acusado pela Polícia Civil de abusar sexualmente de outras duas vítimas, de 4 e 9 anos respectivamente, disse a delegada responsável pelo caso. O suspeito foi preso no bairro Alvarenga, em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo.
A vítima, identificada como Lucas da Silva Santos, está internada desde a última sexta-feira (11/7), quando comeu os bolinhos envenenados. A equipe médica do hospital onde está o jovem apura se haverá sequelas neurológicas e Lucas continua internado na UTI da unidade de saúde.
A delegada responsável pelo caso, Liliane Doretto, afirmou em coletiva de imprensa que os crimes de abuso aconteceram durante anos e que, mesmo sem ter denúncias formais dos crimes, constaram no inquérito final da polícia sobre o caso.
A investigadora ainda afirmou que não há registros policiais denunciando os abusos porque o suspeito exercia um controle emocional sobre as vítimas, algo que inclusive teria acontecido no caso de Lucas.
O caso é investigado como crime passional, visto que Admilson teria envenenado o jovem, pois ele queria sair de casa. O fato foi constatado pela polícia por meio de mensagens do suspeito que mostra a insatisfação dele com a hipótese de saída do jovem, por isso as autoridades acreditam que o crime foi premeditado.
Prisão do padrasto
- Admilson foi preso temporariamente na tarde desta quarta-feira (16/7), no bairro Alvarenga, em São Bernardo do Campo, Grande São Paulo.
- Durante a prisão, o suspeito ficou calado, não reagiu e nem confessou o crime, afirmou a delegada Liliane Doretto.
- A delegada ainda contou que irá representar pela prisão preventiva do padrasto.
- As investigações aguardam os resultados dos exames toxicológicos para confirmar o veneno usado no bolinho e ainda buscam encontrar a substância venenosa.
Bolinhos enviados pela tia do jovem
Lucas passou mal cerca de meia hora depois de comer bolinhos de mandioca enviados pela tia, Cláudia Pereira dos Santos, na noite da última sexta-feira (11/7). Ela é irmã de Admilson.
No início das investigações, a mulher foi apontada pela família como a principal suspeita, visto que ela tinha enviado os alimentos para a casa da família. O padrasto e a mãe do jovem afirmaram que não tinham uma boa relação com Cláudia, versão contrariada pela parente, que afirmou à polícia que se dava bem com os familiares, apesar de estarem um pouco afastados.
Além disso, às autoridades, a mulher confessou ter enviado cinco bolinhos para a casa do irmão, mas negou ter envenenado os alimentos.
Em entrevista coletiva, realizada na tarde dessa terça, Cláudia contou que o padrasto do jovem pediu que ela fizesse os bolinhos. Ela disse que ama cozinhar e que costuma fazer pratos diferentes por “hobby”. Claudia ainda contou que a filha dela foi entregar os bolinhos para a casa do irmão.
“Ele [Admilson] me pediu os bolinhos. Minha filha de 9 anos levou com todo amor e carinho, como sempre faço”, contou.
Bolinho envenenado
- Segundo os pais de Lucas, a tia do jovem enviou bolinhos de mandioca feitos por ela para a casa da família, por volta das 20h.
- Todos os membros da família comeram os alimentos e em seguida jantaram uma refeição preparada pela mãe do jovem. Nenhum outro familiar passou mal.
- Cerca de meia hora depois, Lucas começou a passar mal e foi levado à UPA União com ajuda de um vizinho.
- Os pais do jovem afirmaram que não possuem bom relacionamento com a tia da vítima e que foi a primeira vez que a mulher enviou alimentos para a casa deles.
Investigações
A equipe de investigação foi às casas da vítima e da tia dela. Lá foram coletadas amostras das massas e dos ingredientes dos bolinhos, e dos alimentos ingeridos pela vítima. As autoridades aguardam os resultados dos exames.
O hospital que o jovem está internado aguarda os resultados oficiais dos exames toxicológicos pelo qual a vítima foi submetida.
O caso foi registrado como homicídio e está sendo investigado pelo 6° Distrito Policial (São Bernardo do Campo).
Fonte: www.metropoles.com