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Delegado acusado de matar adolescente em rodeio processa mãe da vítima

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O delegado Vinicius Martinez, acusado de matar uma adolescente em um rodeio em Promissão, no interior de São Paulo, em agosto do ano passado, está processando a mãe da vítima.

Ele entrou com um requerimento na Vara Cível do Foro de Assis pedindo uma indenização de R$ 30 mil por danos morais, acusando a mulher de publicar dados sigilosos sobre a ação que o julga pelo homicídio de Katrina Bormio Silva Martins. O sigilo do processo criminal caiu nessa segunda (14/7).

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O delegado afirmou à Justiça que a divulgação dessas informações prejudicam sua imagem pessoal e profissional.

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Relembre o caso

  • A adolescente foi morta aos 16 anos, em 4 de agosto do ano passado, atingida por uma bala disparada por Martinez, do lado de fora de uma festa de rodeio.
  • O agente disse que tentava dispersar uma briga que ocorria no local, mas acabou atingindo Katrina, que esperava pelo pai.
  • Ele foi preso em flagrante, mas foi solto no dia seguinte, após pagar uma fiança de 20 salários mínimos (R$ 28.240 na época).
  • Desde então, o delegado responde ao processo em liberdade.
  • Um processo administrativo foi instaurado pela Polícia Civil para apurar a conduta do agente, e pode resultar em demissão.
  • De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), Martinez está suspenso das funções desde 27 de fevereiro em razão de licença médica.
  • No início do mês, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou que ele irá a júri popular. Ainda cabe recurso.

Delegado está processando mãe da vítima que é acusado de matar

O delegado entrou com a ação contra Sabrina Maria Conceição da Silva e a Meta, empresa responsável pelas plataformas onde a mulher fez publicações denunciando o agente, em dezembro do ano passado.

Nos posts, ela divulgou a fotografia de Martinez e dados pessoais, além de atualizações sobre a carreira dele. A defesa do delegado alegou que esta conduta estimula o “linchamento virtual” da imagem do autor e pode, inclusive, fazer com que criminosos o procurem, gerando perigo de agressão e morte a ele, sua família e amigos.

Em contestação, Sabrina afirmou que as mídias que publicou foram veiculadas antes na imprensa, e eram públicas antes da ação criminal ficar sob sigilo. Ela também alegou sofrer de graves problemas psiquiátricos devido ao luto da única filha, incluindo tentativa de suicídio.

Parte das publicações foram removidas, mas a defesa do delegado solicitou a remoção de novos posts. O processo continua em tramitação.

“Não tem como me calar”

Ao Metrópoles, Sabrina disse que a cada dia que passa, a dor que sente pela perda da filha piora. “A Secretaria de Segurança Pública e o governador estiveram a par de toda essa situação e não fizeram nada. É corporativismo, é proteção em volta dele”, afirmou.

A mulher alegou ainda que parece ser mais fácil proteger o delegado do que fazer ele “cumprir o erro que cometeu com uma criança, um erro irreparável que não tem mais volta”.

“É absurdo. Não tem como me calar, é minha única filha”, concluiu a mãe de Katrina.

A reportagem contatou a defesa de Martinez e aguarda um posicionamento.

Fonte: www.metropoles.com