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Dentista carbonizada: cantor acusado de feminicídio vai a júri popular

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São Paulo – O cantor sertanejo João Vitor Malachias, suspeito de matar a ex-namorada, a dentista Bruna Viviane Angleri, de 40 anos, em setembro do ano passado, irá a júri popular.

A decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) foi publicada no Diário Oficial de Justiça no último dia 18 de julho. A defesa do músico pode recorrer. A Justiça determinou ainda que o acusado aguarde o julgamento preso.

João Vitor Malachias é réu por feminicídio triplamente qualificado e está preso desde o dia 8 de outubro de 2023, quando foi preso durante fuga nas proximidades da cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

Dentista foi encontrada carbonizada

A dentista Bruna Viviane Angleri, de 40 anos, foi encontrada morta na manhã do dia 27 de setembro de 2023 em Araras, no interior de São Paulo. O corpo dela estava carbonizado em cima de uma cama na casa em que ela morava, no bairro Distrito Industrial.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, quando a Polícia Militar chegou ao local, o cômodo ainda estava em chamas. O Corpo de Bombeiros ajudou a conter o incêndio. Não havia outras pessoas no imóvel.

Bruna tinha uma filha de 6 anos e possuía uma medida protetiva contra o cantor sertanejo João Vitor Malachias, seu ex-namorado.

Essa não foi a primeira vez que João Vittor foi denunciado por uma ex-namorada. O cantor também tem um filho e já teve seu nome apontado em boletins de ocorrência registrados pela mãe da criança, acusando-o de ameaça e perseguição.

Wi-Fi entregou cantor

A perícia descobriu que o celular do cantor sertanejo João Vitor Malachias, de 28 anos, se conectou no Wi-Fi da casa da dentista Bruna Viviane Angleri, 40, na hora do assassinato. A vítima foi encontrada carbonizada em cima da cama, no interior paulista, no fim de setembro.

Para os investigadores, a nova prova derruba o álibi apresentado no inquérito por João Vittor, o nome artístico do cantor sertanejo, que alega ter passado a madrugada do crime na casa da sua avó. Preso temporariamente por suspeita de feminicídio, ele diz ser inocente.

O crime aconteceu na casa de Bruna, em Araras, no interior de São Paulo. Segundo a perícia policial, o celular de João Vittor entrou na internet da residência da dentista exatamente à 0h15min48s do dia 27 de setembro.

“Tal data e horário são compatíveis com a data e horário da morte da vítima Bruna Viviane Angleri”, atesta o documento. A investigação corre sob segredo de Justiça.

Feminicídio

Ex-namorado da dentista, João Vittor se tornou o principal suspeito do feminicídio após os investigadores descobrirem que Bruna tinha uma medida protetiva contra ele.

Conforme revelou o Metrópoles, exames de raio-X realizados no corpo de Bruna também mostram que a vítima foi baleada no rosto. Estilhaços de projétil de arma de fogo, localizados na face da dentista, foram removidos por médico legista.

Fotos da cena do crime também mostram que só o lado da cama em que a dentista foi encontrada estava destruído pelas chamas. Segundo a investigação, não havia “nenhum elemento que possa dar indicativo que ocorreu algum curto-circuito” ou “vestígio de incêndio meramente acidental” no cômodo.

Todos esses indícios levam a polícia a crer que Bruna foi assassinada “com crueldade”, “provavelmente após tortura” e “sem chances de defesa”. Para os investigadores, o incêndio foi provocado para “acobertar a real causa da morte”.

Câmeras de segurança

Na investigação, a Polícia Civil refez o passo a passo de João Vittor e de Bruna nas horas anteriores ao crime.

Por imagens de câmeras de segurança, os policiais descobriram que a dentista foi de carro até um bar na noite anterior ao assassinato. Ela deixa o estabelecimento sozinha às 22h34 e chega a sua casa 13 minutos depois.

As mesmas câmeras também flagraram que um veículo Honda Civic, registrado no nome da mãe de João Vittor, passou pelo bar quando Bruna ainda estava lá. Um garçom do local confirmou, em depoimento, ter visto o cantor no carro.

Ao levantar as imagens do condomínio onde a dentista morava, os investigadores perceberam uma “névoa de fumaça” registrada à 0h28. Segundo afirmam, a gravação mostra que o quarto de Bruna já estava pegando fogo nesse momento.

Arma no capô

Em depoimento, João Vittor declarou ter passado aquela noite na casa da avó, que fica a cerca de quatro quilômetros do local do crime, aonde teria chegado por volta das 20h30.

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Os policiais, entretanto, concluíram que o veículo do cantor sertanejo não estava estacionado na rua no horário que ele falou. Segundo a investigação, ele só chega à casa da avó à 0h58, já após o feminicídio, e sai novamente à 1h24, dirigindo um Fiat Doblô.

“Os fatos ocorridos demonstram que João Vitor ficou exatamente 25 minutos na casa de sua avó, certamente o tempo necessário para tomar um banho, trocar de roupa e sair novamente”, diz o relatório.

O destino do cantor era a casa do seu produtor, de acordo com a polícia. Lá, ele foi flagrado às 8h46, abrindo o capô do Fiat Doblô.

Em seguida, ele pega um objeto, que a polícia acredita ser o celular da vítima, e coloca no bolso. Depois, sai segurando algo, embrulhado no pano, que “muito se assemelha a um revólver”, de acordo com a investigação.

Agressão da polícia

O cantor sertanejo João Vitor Malachias relatou à Justiça em outubro que sofreu abuso de policiais no momento que foi preso em Ribeirão Preto.

De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), o suspeito fez a denúncia durante a audiência de custódia dele no Fórum de Ribeirão Preto.

O órgão judiciário informou que encaminhou cópia do termo da audiência à Corregedoria da Polícia Civil para que o eventual abuso cometido contra o cantor fosse apurado para a adoção das providências necessárias.

Fonte: Oficial