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Denúncias de violência sexual em casas de forró de SP sobem para 28

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Denúncias de violência sexual em casas de forró de SP sobem para 28

Subiu para 28 o número de denúncias realizadas por mulheres que frequentam casas de forró na cidade de São Paulo e na região metropolitana, alegando terem sido vítimas de homens que compartilham e comercializam, sem consentimento, imagens e vídeos íntimos delas pelo Telegram. Os relatos vieram à tona após um grupo de 12 mulheres ter procurado a Bancada Feminista do PSol na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Dos 28 casos, 26 foram registrados em um formulário disponibilizado pela bancada. Seis vítimas relatam terem sido filmadas durante momentos íntimos com os homens que conheceram nas casas e festivais de forró. Os vídeos, em geral, são feitos fora dos eventos, no ambiente privado.

A rede criminosa envolveria dois grupos de troca de mensagens voltados a forrozeiros: um deles que atua em São Paulo e outro, na Europa. Neles, os homens compartilham conteúdo íntimo das mulheres que frequentavam casas de dança, além de informações sobre a vida pessoal delas. Dezenove das 28 mulheres são de São Paulo. As demais são de outros lugares, como: Minas Gerais, Rio de Janeiro e países da Europa.

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As casas de forró onde essas mulheres foram vítimas estão localizadas nos bairros de Pinheiros (zona oeste), na Vila Mariana (zona sul), no centro de São Paulo, além de Santo André e São Bernardo do Campo, ambas cidades da região do ABC.

Denúncias em casas de forró

As exposições teriam acontecido desde o início deste ano. Após o grupo de mulheres ter procurado a Bancada Feminista do PSol, uma denúncia foi encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF) — que solicitou uma investigação do caso à Polícia Federal (PF). Com o encaminhamento da denúncia, os dois “canais” ficaram fora do ar.

Na descrição dos grupos chamados “Cremosinhas da Putaria” e “Vazadinhas Inéditas”, os integrantes eram convidados a compartilhar informações indicadas como “fragilidades” das mulheres, como se possuem filhos, se “transa na saída do forró” e “quais lugares frequentam”. Para participar, eles tinham que dar informações pessoais, como: perfil, telefone e endereço. Alguns chegaram a publicar prints com as conversas trocadas com as parceiras.

“Cremosinhas da putaria”

Uma das denunciantes descobriu o crime após um ex-namorado ter divulgado imagens íntimas deles durante relações sexuais no grupo chamado “Cremosinhas da Putaria”.

Ela contou para as parlamentares que foi procurada por dezenas de homens nas redes sociais após o vazamento dos vídeos e, um deles, que se apresentou como um segurança particular de uma casa noturna de forró, enviou uma mensagem a informando sobre a exposição.

Nos prints da conversa entre os dois, que foi anexado à denúncia, o suposto segurança conta que os participantes pagavam R$ 50 mensais para frequentar o espaço onde o conteúdo era divulgado. Segundo ele, a rede de São Paulo existe há mais de 8 anos e conta com mais de 150 participantes.

O homem disse à vítima que não estava dentro do grupo e que teria obtido essas informações, como os prints das descrições dos grupos, por meio de um conhecido.

Algumas das mulheres que procuraram o PSol desconfiam que também foram vítimas. A maioria relatou ter sofrido assédio sexual e violência dos parceiros, que as obrigavam a ser gravadas ou fotografas durante o ato sexual.

Alcance internacional

Uma das vítimas que procurou os parlamentares do PSol descobriu um segundo grupo, com a mesma proposta, funcionando na Europa, o “Vazadinhas Inéditas”. Assim como no Brasil, ele também funciona com um esquema de “assinatura” de imagens íntimas.

Na descrição consta que as fotos são enviadas de frequentadores de casas de forró espalhadas por países europeus e frequentadas por brasileiros.

Por meio de nota, o Telegram ressaltou que “o compartilhamento de pornografia não consensual é explicitamente proibido pelos termos de serviço” da plataforma e “é removido sempre que descoberto”. A rede social afirmou que as partes públicas da plataforma são monitoradas proativamente e aceitam denúncias para remover milhões de peças de conteúdo prejudicial todos os dias, incluindo pornografia não consensual.

Fonte: www.metropoles.com