Os alertas de desmatamento no Cerrado, segundo maior bioma do país, tiveram uma queda de 21% em 2025. Segundo dados do sistema DETER, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), divulgados nesta quinta-feira (7), o Cerrado perdeu 5.555 km² no período, área equivalente ao território de Boa Vista (RR), sétima maior capital do país, ou quatro vezes a cidade de São Paulo.
Os dados apresentados são referentes ao período que vai de 1ª de agosto de 2024 a 31 de julho de 2025, período conhecido como calendário do desmatamento.
No período analisado, a área total sob alerta no Cerrado foi maior do que a da Amazônia, historicamente o bioma mais devastado, mas que, nos últimos anos, tem sido desbancado pela savana brasileira, por conta da expansão da fronteira agrícola.
Segundo a ministra Marina Silva, o desmatamento autorizado no Cerrado ainda é um problema que precisa ser enfrentado. No bioma, a lei determina que apenas 20% sejam preservados por proprietários de terras como Reserva Legal. Por isso, diz a mandatária da pasta ambiental, o governo tem trabalhado não só nas ações de coerção ao desmate ilegal, mas também na mudança da lógica produtiva.
“Celebramos a queda no desmatamento no Cerrado, mas vocês sabem que uma boa parte do desmatamento no Cerrado tem licença [para ser feito], portanto, temos uma complexidade muito grande no bioma. Não estamos trabalhando apenas com ações de comando e controle. Nós precisamos cada vez mais aprofundar alternativas para as situações que, do ponto de vista legal, o desmatamento poderia ser feito. Precisamos cada vez mais colocar o foco nas atividades produtivas sustentáveis”, disse Marina Silva, no evento de divulgação dos dados.
Entre os estados, o Maranhão registrou maior área sob alertas: 1.251 km², ou 22,5% do total no bioma. Em segundo lugar aparece o Tocantins, com 1.237 km², ou 22,3% do total. Em terceiro lugar aparece o Piauí, com 1.163 km² desmatados, ou 22%, e, em quarto, a Bahia, com 732 km² sob alerta, ou 13,2% do total registrado no bioma.
Nos últimos 12 meses, as ações fiscalizatórias realizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Bioma geraram 831 autos de infração, que resultaram em R$ 607 milhões em multas. Foram emitidos 466 embargos, 434 apreensões e 71 equipamentos destruídos.
Pantanal
A queda no desmatamento no Pantanal foi de 72%, em comparação com o ciclo passado. A área desmatada foi de 1.148 km² em 2024 para 319 km² em 2025, uma área equivalente à cidade de Fortaleza, capital do Ceará.
Já as cicatrizes de queimadas recuaram 9% nos últimos 12 meses, segundo estimativa do INPE, e as áreas comprometidas pelo fogo passaram de 17.646 km² para 16.125 km².
“Graças à implementação da sala de situação, coordenando 10 ministérios, e a uma ação extremamente intensiva, conseguimos evitar que o dado desse período fosse muito maior do que o anterior, em que as condições climáticas também não foram favoráveis, mas foram muito menos adversas que neste período”, disse o secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco.