São Paulo — Com a convenção que deve oficializar sua candidatura à Prefeitura da capital marcada para o próximo domingo (4/8), o influenciador e empresário Pablo Marçal (PRTB) tem usado as redes sociais para apresentar uma série de soluções no mínimo inusitadas para os problemas da cidade, em especial os relacionados à mobilidade.
Seu partido teve, durante cinco vezes, Levi Fidelix (1951-2021) como candidato à Prefeitura, e suas campanhas foram marcadas justamente por uma proposta inusitada para a questão do trânsito, a construção do “aerotrem”.
No caso de Marçal, a primeira proposta para este setor foram os “teleféricos” interligando bairros da periferia. “O teleférico é um cinturão para ligar as comunidades”, disse o pré-candidato, em uma sabatina realizada neste mês. “É uma das várias soluções do trânsito”, completou. Ele já cogitou que o novo meio de transporte também conectasse os bairros a estações de trem que ficam nos extremos da capital.
“Tem isso em Medelín, tem isso na Colômbia também”, disse o ex-coach. “Existe uma vocação cultural de algumas comunidades, que a gente tem que criar ponto gastronômico, centro olímpico e fazer com que essas comunidades sejam interligadas”, disse. “Isso não é uma solução da cidade de São Paulo. É uma solução que vai desafogar várias pessoas que ficam se movendo no centro de São Paulo”, afirmou o pré-candidato, sem dizer quantas pessoas poderiam ser transportadas desta forma.
A Pesquisa Origem Destino do Metrô, levantamento mais completo sobre a mobilidade na cidade, realizado a cada dez anos, mostra que o principal fluxo de pessoas na cidade é dos bairros — onde se concentram as moradias — para o centro — onde estão os empregos —, e não entre bairros.
Marçal tem falado também sobre a criação de uma “linha expressa” na Marginal Tietê. “Dá para fazer mais duas faixas ali, já conversei com a engenharia sobre a Marginal Tietê”, afirmou.
O coach defende outra ideia primeiro apresentada por Levi Fidelix, mas que depois foi defendida por nomes como Fernando Haddad (PT) e João Doria (sem partido): a retirada da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) da Vila Leopoldina, diminuindo o fluxo de caminhões nas marginais.
Ainda falando sobre a mobilidade, Marçal vem dizendo que pretende construir dez “bolsões” de estacionamento, subterrâneos, com capacidade de 10 mil a 50 mil vagas, nos pés das dez rodovias que dão acesso à cidade. A proposta é que pessoas vindas de outras cidades que vêm à capital possam estacionar nestas megaestruturas, que seriam interligadas a sua rede de teleféricos.
Segurança pública
Na área da segurança pública, Marçal também vem prometendo uma inovação tecnológica: drones com alto-falantes e visão especial.
“Eu tenho uns drones na minha segurança pessoal, são uns drones de [visão] infravermelho e alto-falante. Você pode colocar a 60 metros de altura que ele manda o recado e todo mundo ouve. Vou chegar em alguns lugares, os drones chegam antes, fazem a varredura das janelas. Eu estou sendo ameaçado, tive de comprar isso daí, de Israel”, afirma o coach, em um vídeo que está em seu perfil no Instagram.
“Você imagina a gente colocar isso na cidade de São Paulo”, segue o coach. “Você começa a varrer os lugares com drones, eles ficam estacionados no topo dos prédios. Automaticamente, precisou de varrer algo [sic], não precisa mandar três, quatro, cinco guardas municipais. Manda o drone”, diz Marçal, no vídeo, seguida de uma onomatopeia que imita barulho de drones voando. “A galera já vai ver uma sensação e falar ‘caramba’. O drone volta, pousa na base”.
Marçal não chega a fazer promessa sobre número de drones que iria adquirir, mas questiona o resultado que sua política teria caso a cidade tivesse “10 mil drones como esse”.
Fonte: Oficial