São Paulo – A campanha de Guilherme Boulos (PSol) prepara uma nova propaganda eleitoral no rádio e na TV com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a estagnação apresentada pelo psolista no último Datafolha.
O entorno de Boulos esperava que, com o início da propaganda televisiva, e em especial com a presença de Lula em uma das peças, o psolista apresentasse um crescimento nas intenções de votos entre os eleitores da periferia da capital paulista, algo que não ocorreu.
Lula colocou São Paulo como uma de suas prioridades nestas eleições e gravará um novo vídeo para a campanha nos próximos dias. Os detalhes ainda não foram definidos, mas o presidente deve aparecer sozinho, sem Boulos ao lado, e reforçará o seu apoio ao psolista.
O discurso não será o mesmo do primeiro vídeo dos dois, no qual Lula aparece tomando café na casa de Boulos em uma visita intimista para apresentá-lo como um homem de família.
O tom da fala ainda não foi acertado, mas Lula deve sinalizar, em referência ao crescimento do influenciador Pablo Marçal (PRTB) nas pesquisas, que a cidade não é lugar para “aventureiros” na política, segundo aliados do presidente.
Antes da votação, marcada para o dia 6 de outubro, Lula ainda deve fazer três atos ao lado de Boulos na cidade – um deles é previsto para ocorrer na véspera da eleição. Até o momento, o petista esteve ao lado do candidato em dois comícios: um na zona sul, no reduto político do psolista, e outro no extremo leste da cidade, onde a campanha tem focado grande parte de suas agendas.
Sinal de alerta para Boulos
Tecnicamente empatado com Marçal e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) no Datafolha, Boulos foi o único dos três que manteve o mesmo percentual do levantamento anterior, feito duas semanas antes. Já os dois adversários do psolista oscilaram positivamente: o prefeito em três pontos e Marçal em um ponto.
Entre o eleitorado que recebe até dois salários mínimos, o que mais interessa a campanha e representa um terço dos votantes na capital, Boulos oscilou um ponto para baixo, em uma margem de erro de 5 pontos, e passou de 18% para 17%.
O resultado nessa faixa vai na contramão de Nunes, que saltou dez pontos, e Marçal, que oscilou um para cima. Antes, os três estavam numericamente empatados nas classes C e D.
Integrantes da campanha manifestaram preocupação com o fato de que Boulos pode ficar de fora de um eventual segundo turno na cidade. Publicamente, o psolista tem rechaçado a possibilidade e lembrado que candidaturas de esquerda sempre avançaram ao segundo turno.
Um dos focos da campanha para as próximas semanas será nos eleitores indecisos, que representam uma parcela significativa dos paulistanos e ainda podem reverter votos a favor de Boulos.
Fonte: Oficial