Dificuldades para lembrar tarefas simples, reconhecer personagens de livros e manter atividades cotidianas foram os primeiros sinais de um declínio cognitivo precoce, vivido por uma mulher de 50 anos diagnosticada com Alzheimer, segundo uma pesquisa feita pela Biomed Central, do Reino Unido.
Após um indivíduo participar de uma pesquisa que propôs transformações rigorosas na alimentação, prática de exercícios, redução do estresse e aumento das interações sociais, o participante passou a apresentar avanços significativos. Com 20 semanas de programa, foi possível recuperar a concentração, retomar a leitura e lidar novamente com números e planilhas. Exames apontaram ainda uma queda nos níveis de amiloide no cérebro, substância associada à condição.


A melhora foi ainda mais evidente ao final de 40 semanas. Segundo o responsável pelo estudo, ligado a uma universidade da Califórnia, quase metade dos participantes que seguiram o plano intensivo mostrou avanços em testes de memória, raciocínio e atividades diárias. Outros 37% conseguiram manter o desempenho sem piora, o que representa mais de 80% de estabilidade ou progresso entre os pacientes.
O modelo testado envolveu alimentação vegana rigorosa, exercícios físicos diários, meditação, participação em grupos de apoio online e suplementação com vitaminas, probióticos e outros compostos. Além disso, todas as refeições foram enviadas diretamente para os participantes e seus familiares, garantindo adesão total ao plano alimentar.
Mudança completa de hábitos exige esforço
Aqueles que seguiram o programa com mais comprometimento foram os que obtiveram os melhores resultados. Os participantes que inicialmente estavam no grupo de controle, sem alterações na rotina, demonstraram piora cognitiva durante as 20 semanas iniciais, mas mostraram progresso significativo ao aderirem ao plano posteriormente.
Os dados do estudo também indicam que, mesmo sem apresentar efeitos colaterais como os de alguns medicamentos, o plano de reeducação intensiva pode promover alterações biológicas relevantes. Um dos exames de sangue feitos durante a pesquisa demonstrou melhora nos níveis de amiloide em parte do grupo, especialmente entre os que permaneceram no programa por mais tempo.
Embora nem todos os marcadores biológicos tenham reagido da mesma forma, os responsáveis acreditam que mudanças mais visíveis podem surgir em prazos maiores ou com grupos mais amplos. Mesmo assim, os resultados reforçam que há alternativas eficazes e seguras para tentar frear o avanço do Alzheimer.
Com base nessas descobertas, uma empresa de saúde dos EUA anunciou que começará a cobrir os custos desse modelo de tratamento para pessoas diagnosticadas nos estágios iniciais da condição. Segundo os pesquisadores, o conhecimento gerado oferece aos pacientes não apenas caminhos de enfrentamento, mas também uma nova perspectiva sobre o futuro.
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