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etanol “batizado” é principal linha de investigação

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O uso de etanol de baixa qualidade para adulterar bebidas é a principal linha de investigação do governo do estado de São Paulo para a onda de contaminação por metanol.

Durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (610), o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), voltou a descartar a participação do crime organizado nos casos.

Derrite também disse que ainda não foi descartada a possibilidade de o metanol ser proveniente da limpeza das garrafas de bebida, mas que a sua adição para a falsificação é a principal hipótese.

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“Nós não descartamos a possibilidade da contaminação na tentativa da lavagem, para a limpeza dos vasilhames, mas não é a principal suspeita. A principal suspeita da Polícia Civil é que, durante o processo de adulteração, é que o etanol que está sendo utilizado para fazer a adulteração dessas bebidas nessas produções clandestinas seja um etanol de baixa qualidade que vem contaminado com metanol”, disse Derrite.

Durante a coletiva, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) também voltou a negar a relação com o crime organizado. A associação foi descartada porque não foram identificados indícios de elo com organização criminosa entre as pessoas presas por envolvimento nas contaminações.

Segundo Tarcísio, os casos de contaminação remetem a um problema maior de falsificação de produtos que afeta diferentes setores da economia brasileira. Ele defendeu um aperfeiçoamento da legislação de controle às fraudes, além da criação de um selo para atestar a qualidade dos produtos comercializados.

Ainda durante a coletiva, o governador anunciou uma força-tarefa com empresas do setor de bebidas para combater as falsificações:

“Vamos firmar um convênio com a AADD e a Abrade [para criar] um grande programa de combate à fiscalização. Treinar os agentes públicos para combater as fraudes. Treinar o comerciantes para que eles também possam aprender formas de divulgar e combater as falsificações. Vamos fazer um grande treinamento, dos próprios comerciantes e dos agentes de fiscalização”, disse Tarcísio de Freitas.

Antes da entrevista, o governador reuniu o Gabinete de Crise montado para o enfrentamento dos casos de intoxicação por metanol. Estavam presentes representantes das pastas de Saúde, Segurança Pública, Justiça e Cidadania, Desenvolvimento Econômico, Fazenda e Planejamento.

Também participaram representantes do ramo de bebidas, entre eles Brown-Forman (Jack Daniel’s), Bacardi, Diageo (Johnnie Walker e Smirnoff), PernordRicard (Absolut) e Beam Suntory (Jim Beam).

Investigações

Desde o início da última semana, o Brasil enfrenta um surto de intoxicações por metanol que já afeta 12 estados. Na terça-feira (30/9), a Polícia Federal (PF) começou a investigar os casos.

As primeiras investigações apontam que quadrilhas especializadas em adulteração de bebidas alcoólicas podem estar por trás da crise. Há uma controvérsia, contudo, em relação ao envolvimento de facões criminosas.

Na semana passada, o governador Tarcísio de Freitas negou existir evidências que apontem a possibilidade de participação do Primeiro Comando da Capital (PCC) nos casos de adulteração.

A Polícia Federal, contudo, ainda não descartou uma ligação com o crime organizado.

Intoxicação por metanol

Dados deste domingo (5/10) do Ministério da Saúde apontam 225 casos de intoxicação por metanol no Brasil após ingestão de bebida alcoólica, entre investigados e confirmados.

Em todo o país, são 16 casos confirmados e 209 em investigação. Do total de registros, segundo o último boletim do ministério, 192 são em São Paulo (14 confirmados e 178 em investigação).

O estado também lidera o número de mortes, com nove casos — duas confirmadas na capital e sete investigadas. Dos óbitos ainda apurados, quatro são na cidade de São Paulo, dois em São Bernardo do Campo e um em Cajuru, no interior paulista.

Fonte: www.metropoles.com