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Ex-presidente do BC critica produtividade na América Latina

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Crítica da produtividade da América Latina, o economista Ilan Goldfajn é o atual presidente do BID

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e ex-presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou, nesta quarta-feira, 18, que o Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina poderia ser quatro vezes maior. Mas isso, na visão dele, só ocorreria se a região tivesse a mesma produtividade da Ásia.

“A produtividade cresceu 1,4% nas economias avançadas e 2,3% na Ásia emergente”, destacou o economista.

Goldfajn mencionou que o crescimento da América Latina, que foi de 1,6% desde 1960, não se deveu à produtividade, mas a outros fatores acumulados. De acordo com ele, o mundo precisa da América Latina para a produção de alimentos e a transição energética.

“Toda essa posição de investimento em relação à energia não vai subir sem a América Latina”, afirmou o ex-presidente do Banco Central. “Os minerais estão aqui e a capacidade de gerar energia limpa precisa dos países da América Latina.”

Em participação via videoconferência em um seminário organizado pelo Lide, em São Paulo, Goldfajn enfatizou a necessidade de inovações em energia e biodiversidade para impulsionar o crescimento e a produtividade. Destacou, nesse sentido, que a América Latina é uma região mais democrática e com menos conflitos comparada a outras no G20, apresentando mais estabilidade nos últimos anos.

Produtividade e estabilidade econômica

O economista brasileiro Ilan Goldfajn comanda o BID | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente do BID salientou que, embora existam exceções, a região não enfrenta mais tantos problemas hiperinflacionários. De acordo com ele, o subcontinente vista como uma área com cadeias de crescimento possíveis, apesar da fragmentação atual.

Ele destacou a posição do Brasil em investimentos climáticos e o papel crucial do setor privado, que necessita de um ambiente regulatório estável garantido pelo governo.

Goldfajn chamou a atenção para a questão da segurança pública e o crescimento do crime organizado na América Latina, que têm impactado negativamente o fluxo de investimentos.

“Nós estamos vendo, na região toda, o problema da violência, que afeta os investimentos em todas as áreas”, frisou ele, citando exemplos de conflitos na região amazônica.

Fonte: Oficial