Mais do que uma dor crônica, a endometriose afeta de forma profunda a qualidade de vida de milhões de mulheres em idade reprodutiva. Além dos sintomas físicos intensos, como cólicas e dores pélvicas, a condição pode impactar o equilíbrio emocional, as relações sociais e até a rotina profissional. Mas uma nova aliada tem mostrado resultados promissores: a atividade física regular.
Um estudo da Universidade do Cairo, publicado no Journal of Physical Therapy Science, demonstrou que práticas como alongamentos, correção postural e caminhadas podem diminuir significativamente os sintomas da endometriose. Após oito semanas de exercícios supervisionados, três vezes por semana, as pacientes relataram queda no nível de dor de 4 (muito intensa) para 1 (leve), além de melhora na postura.
“A liberação de endorfinas atua como um analgésico natural, ajudando a reduzir o desconforto pélvico e muscular”, explica o ginecologista Marcos Maia, especialista em dor crônica feminina.
“O exercício também ajuda no controle da ansiedade e da depressão, que são muito comuns em quem convive com a endometriose”, completa.
Exercício não substitui o tratamento médico
Apesar dos avanços, o Dr. Marcos Maia alerta que o exercício deve ser visto como um complemento, e não como substituto do tratamento médico. A endometriose é uma doença ginecológica complexa, que pode afetar ovários, bexiga e intestino, e exige acompanhamento especializado. Entre os tratamentos disponíveis estão hormonioterapia e cirurgias minimamente invasivas, como a laparoscopia.
Quais atividades são recomendadas?
O ideal é manter uma rotina de três sessões por semana, com duração de 30 a 60 minutos, sempre com o suporte de um profissional. Veja algumas sugestões seguras e eficazes:
- Alongamentos suaves: aliviam a tensão na lombar e na pelve.
- Respiração diafragmática: melhora a oxigenação e reduz a ansiedade.
- Caminhadas leves: ajudam a manter o corpo ativo sem sobrecarga.
- Pilates clínico ou yoga terapêutica: promovem consciência corporal, postura e relaxamento.
- Natação ou hidroginástica: aliviam dores e têm impacto mínimo nas articulações.
Cuidado com os excessos
Exercícios de alta intensidade sem orientação médica devem ser evitados, pois podem agravar inflamações. Cada corpo reage de forma diferente, por isso, ouvir seus limites e adaptar os treinos à sua realidade é essencial.
“Os benefícios são reais, mas cada corpo é único. Por isso, o planejamento individualizado e o acompanhamento médico são fundamentais para garantir segurança e resultados duradouros”, finaliza o Dr. Marcos Maia.