Há nove dias os moradores de Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo, estão com as torneiras secas. Desde o rompimento de uma adutora da Sabesp há uma semana, a população de bairros como Jardim das Oliveira e Jardim Novo Horizonte sofrem com a falta de água e têm precisado improvisar soluções para manter a rotina básica de higiene e alimentação em casa.
Letícia Matos Oliveira, 30 anos, pediu ajuda da família para lidar com o problema. “A gente chegou a ir na casa de uns parentes com balde para pegar água da descarga”.
Com um filho de 11 meses, ela diz que tem reservado as últimas gotas disponíveis na caixa d’água para os banhos do bebê. A jovem diz que a situação de agora é crítica, mas que o bairro já vem sofrendo com problemas pontuais de abastecimento há ainda mais tempo.
“Eu já fiz várias reclamações na Sabesp desde que me mudei para cá. O abastecimento acontece meia noite e quando é 9 horas já não tem mais água da rua”, conta.
A escassez de água atual levou o bancário Thiago Machado, de 39 anos, a alugar uma casa em outro bairro para ficar com a família. “A louça estava precária, as roupas não tinha como lavar. E as crianças tão sem ir para escola porque não tem água lá”, conta ele, que está com a esposa e os dois filhos pequenos em Interlagos, na zona sul da capital paulista.
Thiago diz que todos os dias recebe uma previsão diferente para que o problema seja resolvido, mas até agora nenhuma delas se confirmou.
As diferentes previsões também foram recebidas pelo estudante Guilherme Nogueira, de 23 anos. Morador de Araraquara, no interior de São Paulo, ele veio passar as férias na casa da mãe, que vive no Jardim Novo Horizonte, na divisa da capital paulista com Itapecerica da Serra. O bairro está sem água desde 21 de julho.
Nesta terça-feira (29/7), Guilherme buscou água com baldes em um caminhão pipa que passou pela região. “No grupo do bairro há vários relatos de moradores com crianças e idosos que não sabem o que fazer”, conta o estudante.
Segundo ele, algumas pessoas têm ido tomar banho na represa porque não têm condição de comprar água para abastecer a casa. O Metrópoles ouviu um relato de que galões têm sido vendidos a R$ 40 no bairro.
A reportagem pediu nota sobre o problema para a Sabesp, mas não foi respondida até a publicação deste texto. O espaço segue aberto para manifestação.
Fonte: www.metropoles.com