São Paulo — Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) indica que, no último semestre, o Brasil teve quase 200 vezes a mais de casos de febre do oropouche que o registrado na última década.
Para o pesquisadores, o aumento das contaminações envolve um surgimento de um nova variante do vírus causador da doença, o arbovírus OROV.
Essa nova variante seria capaz de replicar até cem vezes mais que o vírus original e de evadir parte da resposta imune, ou seja, seria capaz de burlar o funcionamento do sistema imunológico, que protege o corpo.
As informações são fruto de uma pesquisa realizada pelas professoras Ester Sabino e Camila Romano, em parceria com estudiosos da Universidade Federal do Amazonas, Fiocruz Manaus e da Universidade de Kentucky. Os resultados foram publicados em um estudo divulgado em versão pre-print (artigo sem revisão por pares) na revista MedRxiv.
A doença, que já é documentada na América do Sul desde a década de 1950, passou por uma expansão geográfica no últimos semestre. Com casos registrados em 21 estados do Brasil, as infecções passaram a acontecer em áreas anteriormente não endêmicas.
Na última semana, o estado de São Paulo confirmou os primeiros casos autóctones da febre. Ao todo, foram cinco contaminados. Nenhum possuía histórico de viagem para locais com alto registro da doença.
Fonte: Oficial