O influenciador digital Giliard Vidal dos Santos, de 21 anos, filho da advogada e viúva do Mc Kevin Deolane Bezerra, está proibido judicialmente de se aproximar de uma empresária, de 36 anos, após supostamente ameaçá-la, com uma arma na cabeça, para que ela fizesse sexo com ele.
O caso ocorreu em novembro de 2023, em um apartamento de luxo na zona leste de São Paulo, no qual também estavam sete pessoas que, segundo a vítima, “não fizeram nada” para impedir a violência.
Uma medida protetiva de urgência foi expedida contra Giliard, em 23 de janeiro do ano passado, proibindo-o de se aproximar da vítima, ou de familiares dela, inclusive impedindo-o de enviar mensagens, ou manter qualquer tipo de contato. O descumprimento da decisão judicial, que segue em vigor, pode acarretar na prisão dele.
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Filho de Deolane teria ameaçado mulher usando arma
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Ele foi alvo de medida protetiva, ainda em vigor
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Influenciador conta com 1,5 milhão de seguidores
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Giliard gosta de posar em redes sociais com carros de luxo
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Influenciador alega, por meio de defesa, estar sem direito de ir e vir
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Empresária e Giliard se conheceram em 2023
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Giliard Vidal e Deolane Bezerra posam juntos no Natal
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Filho de Deolane, Giliard Santos divulga apostas dando tapas em mulheres nuas
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Os dois advogados os quais constam como defensores de Giliard no processo — que segue em sigilo — foram procurados pelo Metrópoles. Ambos afirmaram não cuidarem mais do caso. A reportagem solicitou o contato dos atuais defensores do influenciador, mas não obteve retorno até a publicação desta texto. O espaço segue aberto para manifestações.
Ameaça e violência
A vítima afirmou, em depoimento à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), que havia conhecido Giliard quatro meses antes do suposto crime, quando tiveram um “envolvimento amoroso”. Em 6 de novembro de 2023, ambos se reencontraram em uma balada, da qual foram, junto com mais sete pessoas, para o apartamento do influenciador, na região da Água Branca.
No imóvel, segue o relato da empresária, Giliard manifestou o desejo de fazer sexo com a vítima, que se negou. Ela acrescentou que, após isso, o influenciador foi até um quarto, do qual teria voltado empunhando duas armas. Ele, então, passou a ameaçá-la de morte, caso não mantivessem relação sexual, o que foi negado “a todo momento” pela mulher.
“Ele apontava a arma na minha cara, na minha cabeça e ficava apertando o gatilho [sic]”, afirmou a empresária à Polícia Civil, acrescentando que a violência foi testemunhada por sete pessoas, que nada fizeram.
Ameaças na internet
A empresária afirmou que não ocorreu nenhum tipo de abuso sexual e que saiu da casa de Giliard, logo após a suposta ameaça de morte feita com as armas de fogo. Ela então, ainda segundo relatou à polícia, passou a receber mensagens no Instagram. “Ele fez um perfil falso e passou a proferir ameaças”, diz trecho de documento policial.
Os textos enviados pelo perfil falso, atribuídos a Giliard, foram entregues à equipe da DDM.
Por “estar com medo”, a vítima decidiu em registrar a ocorrência, a qual resultou em um boletim de ocorrência de ameaça e violência doméstica.
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Medida protetiva
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) se manifestou favoravelmente à medida protetiva, em 10 de novembro de 2023. Ela foi decretada em 23 de janeiro no ano seguinte, pela 2ª Vara Judicial da Comarca de Embu das Artes, na Grande São Paulo. A decisão judicial considerou haver indícios de autoria e materialidade, contra Giliard, e que a empresária era vítima de ameaças.
Com isso, o influenciador ficou proibido de manter contato com a mulher, ou com familiares dela, “por quaisquer meios de comunicação”, além de manter distância mínima de 300 metros deles.
O descumprimento da medida, como foi advertido a Giliard, pode resultar na prisão preventiva dele, como lhe foi informado por meio de uma intimação, enviada pelo WhatsApp, em 5 de fevereiro do ano passado.
Defesa de Giliard
Os defensores do influenciador na ocasião tentaram revogar a decisão, alegando que Giliard é uma pessoa “idônea, sem histórico criminal”.
Por meio de seus advogados, ele justificou que a relação com a vítima teria sido uma única “ficada”, em julho de 2023, “sem qualquer envolvimento amoroso ou afetividade duradoura. Isso, de acordo com a defesa, descaracterizaria a aplicação da Lei Maria da Penha.
Os advogados acrescentaram que a medida protetiva restringe o direito do influenciador de “ir e vir”, configurando, ainda segundo a defesa, “um constrangimento ilegal”.
Com base nisso, fizeram um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo, que foi negado pela desembargadora Márcia Monassi. Os advogados então solicitaram a concessão de uma medida liminar, para revogar as medidas protetivas, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que também a negou.
A reportagem entrou em contato com a vítima, na tarde dessa terça-feira (29/7). Ela afirmou que, desde a expedição da medida protetiva, “não teve mais nenhum problema” com o influenciador. Giliard, acrescentou, segue cumprindo a determinação, cujo prazo de validade é por tempo indeterminado.
Fonte: www.metropoles.com