Home Noticias Foragida, empresária é suspeita da morte de chefão do bicho no litoral

Foragida, empresária é suspeita da morte de chefão do bicho no litoral

3
0

Condenado por organização criminosa e lavagem de dinheiro, Klaus Viana Munch, o Pepão, respondia ao processo em liberdade quando foi assassinado, com ao menos cinco tiros nas costas, no último dia 3, em Ubatuba, litoral norte paulista.

A motivação para a execução, segundo investigação da Delegacia Seccional de São Sebastião, responsável pela região, seria a disputa pela exploração do jogo do bicho em Ubatuba com Lucile Andrade Nascimento Couto, viúva de Moacir Ribeiro Couto, apontado como o patriarca de um clã de contraventores. Foragida da Justiça, desde o último dia 11, ela seria mandante do crime, pelo qual teria pago ao menos R$ 30 mil.

-- Anuncios Patrocinados --
Curso Automação sem Limites

Da mesma forma que Pepão, que mantinha negócios de fachada para lavar dinheiro, Lucile também se apresenta como empresária — tendo registradas em seu nome empresas em vários segmentos (imobiliário, título de capitalização, criação de animais). A defesa dela não foi localizada até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.

10 imagensFechar modal.1 de 10

Empresária de 51 anos mantém empresas em vários segmentos

Reprodução/Instagram2 de 10

Embarcação foi usada em fuga

Divulgação/Polícia Civil3 de 10

Suspeito de guiar lancha foi preso em 11/7

Reprodução4 de 10

Suspeita é viúva de homem apontado como patricarca de clã de contraventores

Reprodução/Instagram5 de 10

Empresa em nome de empresária fez transferência para suspeito

Reprodução/Instagram6 de 10

Lucile teve a prisão decretada

Reprodução/Instagram7 de 10

Defesa de empresária não foi localizada

Reprodução/Instagram8 de 10

Lucile Andrade Nascimento Couto, de 51 anos

Reprodução/Instagram9 de 10

Vítima foi executada com ao menos 5 tiros pelas costas

Divulgação/Polícia Civil10 de 10

Lucile Andrade Nascimento Couto está foragida da Justiça

Reprodução/Instagram

Crime em família

Ex-genro de Moacir, Pepão atuou na administração das apostas ilegais, controladas pelo clã, em Ubatuba. Ele mesmo admitiu estar envolvido com jogo do bicho, como consta em um documento judicial obtido pela reportagem.

Os milhões oriundos da contravenção penal geraram disputas entre ele e Lucile, após Pepão se separar da filha de Moacir, há cerca de cinco anos. Desde então, seguiram atuando com as apostas ilegais na cidade litorânea, crime pelo qual o ex-genro do patriarca foi investigado, além de associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Pepão chegou a ficar preso por cerca de um mês, no ano passado, após ser condenado a 10 anos. Como a decisão foi em 1ª instância, ele recorria em liberdade.

No processo, obtido pelo Metrópoles, a Justiça deferiu pela prescrição das acusações de jogo de azar, imputando ao suspeito os crimes de associação criminosa e clareamento de valores — oriundos de atividades ilegais.

Leia também
  • São Paulo

    PCC: como foram os outros rachas na cúpula em 30 anos de facção
  • Matérias Especiais

    30 anos do PCC: cúpula ostenta luxo enquanto “tropa” vive em muquifo
  • Matérias Especiais

    30 anos do PCC: por que a facção paulista já é considerada uma máfia
  • Matérias Especiais

    30 anos do PCC: como facção virou uma “multinacional” de R$ 5 bilhões

Execução e fuga pelo mar

No último dia 3, Klaus Viana Munch entrou caminhando em uma galeria, no bairro Itaguá, movimentação observada pelo ocupante de uma moto vermelha, estacionada na Avenida Leovigildo Dias Vieira.

Sem retirar o capacete, o assassino sacou uma pistola, ainda na avenida, com a qual executou a vítima, no piso superior da galeria. Ele em seguida fugiu correndo, até uma lancha, ocupada por dois homens. Douglas de Oliveira, proprietário da embarcação, guiada por ele após o homicídio, foi preso no último dia 11.

Graças a um depósito de R$ 3 mil, recebido por ele um dia após o assassinato, a Polícia Civil chegou até a mandante. Conforme investigado pela Seccional de São Sebastião, uma empresa registrada no nome de Lucile teria feito a transferência do valor.

Até o momento, somente Douglas está atrás das grades, por ter ajudado na fuga do pistoleiro. Além do assassino e Lucile, outros dois homens são investigados e seguem em liberdade.

A defesa de Douglas não havia sido localizada até a publicação desta reportagem.  O espaço segue aberto para manifestações.

Faturamento milionário

Pepão era, segundo relatório policial, líder de uma organização criminosa. Ele foi o único réu do processo a admitir a exploração do jogo do bicho, negócio que assumiu em 2019, quando o já ex-sogro, Moacir, se adoentou e teria o escalado para dar continuidade aos negócios ilegais.

Com a ajuda de comparsas, ele lavava milhões por meio de uma empresa de fachada. Conversas interceptadas no celular dele, com autorização judicial, indicam que o clã de contraventores está envolvido com o jogo do bicho há 45 anos e conta coma prestação de serviços de, ao menos, 126 cambistas.

Os conflitos de interesses entre Pepão e Lucile começaram após a morte do patriarca do clã, em 19 de fevereiro de 2022.

Fonte: www.metropoles.com