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Foragido por assassinato de empresário nos Jardins é preso “por acaso”

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São Paulo Foragido da Justiça, o pedreiro Jordan Magalhães Nogueira, de 20 anos, foi preso “por acaso” quando foi flagrado por policiais militares em um carro roubado por ele e por outro suspeito na última sexta-feira (16/8), no Jabaquara, zona sul paulistana.

Coincidentemente, exatos dois meses antes da prisão dele, o corpo do empresário Carlos Alberto Felice, 77, foi encontrado sob um tapete, com marcas de tortura.

Investigações do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) localizaram registros de câmeras de monitoramento, que mostram Jordan e Rafael Procópio da Conceição, 26, acessando o terreno da residência da vítima, pelo telhado. Eles são os únicos suspeitos pelo latrocínio (roubo com morte).

Suas defesas não foram encontradas. O espaço segue aberto para manifestações.

Roubo e abordagem

Registros policiais, obtidos pelo Metrópoles, mostram que, na sexta-feira, Jordan e Gabriel de Almeida Cerqueira, 23, abordaram uma autônoma, de 46 anos, quando ela havia acabado de sair com seu GWM Haval da garagem de casa, no Jardim Cidália.

Em depoimento, a mulher afirmou ter sido pelos dois com uma arma de fogo, exigindo o carro dela. Também foram roubados uma corrente de ouro e o celular da vítima.

A PM, acionada pelo marido da autônoma, identificou um carro com as características do que havia sido roubado pela dupla, trafegando a 10 quilômetros de distância.

Policiais sinalizaram aos ocupantes e o carro parou. Do banco dianteiro do passageiro, Jordan foi retirado e imobilizado.

Tiros, batidas e 9 PMs

O outro suspeito, porém, acelerou para cima dos policiais, que disseram ter atirado para se defender. Ele saiu do local em alta velocidade, avançando para cima de outros policiais.

Ao todo, de acordo com contabilização dos próprios PMs, foram dados 30 tiros, dos quais dez de fuzil e o restante de pistolas calibre ponto 40. Parte do tiroteio foi registrado por uma testemunha (assista abaixo).

Assista:

 

Na fuga, o criminoso ainda bateu contra três carros estacionados. O Volkswagen Nivus de um engenheiro foi perfurado por tiros dados pela PM.

O carro guiado pelo suspeito bateu em um poste, alguns metros adiante. Gabriel então seguiu a fuga correndo, ferido a tiros. Ele foi preso mais adiante e levado para um hospital da região e socorrido, sem risco de morrer.

A dupla foi reconhecida pela vítima e presa em flagrante.

Tortura e homicídio

Após a formalização da prisão em flagrante, por roubo, a polícia identificou que havia um mandado de prisão em aberto contra Jordan, pelo latrocínio do empresário no bairro de alto padrão paulistano.

Ele e Rafael Procópio da Conceição, outro preso pelo roubo com homicídio, foram identificados durante investigação da 1ª Delegacia de Investigações sobre Roubo e Latrocínio (Disccpat), do Deic.

Acreditando que iriam encontrar milhões em dinheiro na casa do empresário Carlos Alberto Felice, a dupla invadiu a residência da vítima a partir do telhado, na madrugada de 12/7.

Entrando pelo telhado

 

Isso, mostra investigação do Deic, teria provocado o início de uma sessão de tortura, culminando na morte da vitima, por politraumatismo craniano. O corpo de Carlos foi encontrado com mãos e pés amarrados sob um tapete, na garagem da residência, quatro dias depois. Ele foi morto com pauladas na cabeça.

Os suspeitos passaram a madrugada escondidos no quintal da casa. Eles abordaram o aposentado, por volta das 8h, quando ele pretendia sair para caminhar, como costumava fazer diariamente. A dupla permaneceu no local, de acordo com o delegado Rogério Barbosa, por cerca de dez horas.

Fuga e casa mobiliada

O carro de Carlos Felice, como mostrado pelo Metrópoles, foi usado pelos criminosos para fugir. O veículo foi localizado na zona sul paulistana no dia 22/7.

Rafael foi preso 12 dias após invadir a casa da vítima. Por meio dele, a Polícia Civil também foi, na ocasião, até a casa de Jordan, onde encontraram objetos da vítima, como um documento queimado e comprovantes de compras de móveis.

“Ele mobiliou a casa com sofá, cama, cômoda, com parte do dinheiro que levaram da casa da vítima”, explicou o delegado do Deic.

A polícia também localizou bilhetes, nos quais havia perguntas, escritas pelos criminosos, questionando onde estava o dinheiro que a vítima teria adquirido com a venda de sua casa.

Como mostrado pelo Metrópoles, Carlos Felice vendeu o imóvel, por milhões. A quantia foi usada para saldar dívidas da vítima, também milionárias.

Pelo fato de não localizarem a fortuna, os criminosos teriam seguido com a tortura. As investigações mostram que os bilhetes foram usados durante as sessões de violência, para dificultar a identificação da dupla, por meio de suas vozes. Porém, a polícia acredita que alguma situação tenha exposto os assaltantes, resultando na morte da vítima, para evitar eventuais identificações futuras.

Preso por tráfico

Rafael Procópio da Conceição, de 26 anos, que se identifica como Japah nas redes sociais, foi preso em flagrante, por tráfico de drogas em 2021, no Capão Redondo, extremo sul de São Paulo.

Condenado, ficou preso até abril de 2023, quando o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) autorizou o cumprimento do restante da pena em liberdade que, conforme registros judiciais obtidos pelo Metrópoles, terminou em 10/7, dois dias antes do crime.

Ele trabalhava em uma obra, próxima à residência do empresário, juntamente com Jordan.

 

Fonte: Oficial