O presidente da Confederação Nacional dos Seguros (CNseg), Dyogo Oliveira, se disse “preocupado” com a falta de atenção do governo federal em relação ao seguro rural.
A arrecadação de seguros rurais caiu 2,7% entre janeiro e setembro de 2024, na comparação com o mesmo período de 2023.
A contratação do seguro rural é impactada diretamente pelo crédito rural, que caiu 14,4% no período para as pessoas jurídicas, e 2,6% para as pessoas físicas.
“O governo não colocou recursos para o seguro rural. Grande parte do orçamento não foi executado. Por isso, estamos preocupados com o setor como um todo”, explicou Oliveira durante a coletiva de imprensa do final de ano da CNseg, realizada em São Paulo.
Com menos crédito disponível, os produtores têm menor capacidade de financiar suas atividades, o que pode incluir a contratação de seguros e a penhora de maquinários e área, cobertas pelo seguro Penhor Rural.
Segundo os dados da CNseg, os pequenos e médios produtores, que dependem mais do crédito rural, são os mais afetados, reduzindo a base de clientes para seguradoras.
A baixa subvenção do governo no seguro rural no Brasil tem impactos profundos para os produtores quanto para o mercado segurador e a economia agrícola.
Sem esse apoio, muitos agricultores deixam de contratar seguros, expondo-se a riscos climáticos e de mercado.
Todavia, segundo Oliveira, há uma percepção de alguns ambientes do governo sobre a importância do seguro rural, principalmente por parte do ministério da Agricultura.
Setor de seguros cresce quase o triplo do PIB
Oliveira mostrou como o setor de seguros está crescendo mais rapidamente do que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
“O mercado de seguros vai crescer 11,6% em 2024, contra um PIB de 3,43%”, explicou Oliveira.
Mesmo prevendo uma desaceleração da economia, o presidente da CNseg se disse otimista com o resultado de 2025.
“Os números de 2024 do setor de seguros são parrudos. Estamos crescendo em dois dígitos, e estamos muito satisfeitos com isso”, salientou Oliveira.
Fonte: Oficial