São Paulo — O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) confirmou, nesta terça-feira (16/7), a empresa Equatorial Participações e Investimentos como investidora estratégica da Sabesp no processo de privatização da companhia estadual de saneamento básico.
O governo avaliou que a empresa cumpriu exigências estabelecidas no processo para comprar um bloco de 15% de ações da Sabesp, por um preço de R$ 6,9 bilhões.
Nesta quinta-feira (18/7), a oferta de outro bloco de ações, equivalente a 17% dos papeis da empresa, deve ir para a etapa de precificação, quando será apurado o preço e o volume finais da oferta.
Nessa segunda (15/7), o governo recebeu inscrições de investidores variados — empresas e pessoas físicas — interessados em adquirir cotas desse bloco de ações. A liquidação da oferta deve ocorrer no dia 22/7.
A Equatorial tem seu portifólio voltado especialmente para operações no setor de energia, mas opera no saneamento básico do Amapá desde o fim de 2021. Do período em que assumiu o serviço até agora, a empresa já reajustou a tarifa de água no estado por três vezes, como mostrou o Metrópoles.
Em São Paulo, o governo Tarcísio afirma que a privatização da Sabesp vai permitir a antecipação da universalização dos serviços de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto no estado.
A presidente do Conselho de Administração da Sabesp, Karla Bertocco, era integrante do conselho administrativo da Equatorial até o mês de dezembro passado. A mudança de lado do balcão da executiva é alvo de uma representação feita pela oposição a Tarcísio na Assembleia Legislativa (Alesp) ao Ministério Público Estadual (MPSP). Os parlamentares de oposição pedem uma apuração sobre eventual conflito de interesses.
Os partidos de oposição a Tarcísio também procuraram o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar barrar o processo de privatização. Nessa segunda-feira, o ministro Cristiano Zanin foi indicado relator de uma ação de descumprimento de preceito fundamental que questiona a lei, aprovada na capital, que autoriza a Prefeitura a manter contrato com a empresa após a privatização.
Os partidos argumentam que a legislação foi aprovada sem a realização de estudos técnicos adequados. A Câmara Municipal informou à Justiça de São Paulo que aprovação se deu após cumprimento de todos os trâmites legais.
Fonte: Oficial