São Paulo — A decisão sobre a suspensão da greve de motoristas em São Paulo, tomada no final da noite dessa terça-feira (2/7), não provocou tumultos no transporte público na cidade na manhã desta quarta-feira (3/7). O movimento nos terminais e no metrô, que inicialmente esperava uma sobrecarga, foi tranquilo. Para evitar confusão entre os motoristas, a Prefeitura de São Paulo manteve o rodízio de veículos suspenso.
A São Paulo Transporte (SPTrans), empresa que administra as linhas de ônibus da cidade, informou ao Metrópoles que a operação é normal em toda a cidade esta manhã, sem registro de problemas.
A suspensão “em cima da hora” aconteceu após reunião do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Milton Leite (União), com representantes dos sindicatos dos funcionários e patronal.
Ao anunciar o cancelamento da greve, Edivaldo Santiago, presidente do Sindmotoristas, listou as conquistas em relação à redução da jornada para 6h30, além de mais 30 minutos de refeição e reajuste do tíquete para alimentação.
“Greve de jegue”
Nas ruas, os paulistanos utilizaram o transporte público sem problemas. Sol Freitas, de 48 anos, que mora no Campo Limpo, zona sul, e trabalha com higienização na Faria Lima, zona oeste, disse que soube da suspensão da greve na própria terça-feira. Ela estava no Terminal Capelinha por volta de 6h.
“Ontem mesmo eu soube. Daqui do terminal Capelinha até a Faria Lima não ia ter tanto problema porque eu iria de metrô. O problema mesmo seria de casa até o metrô. Que aí eu ia ter que ir a pé. É uns 30 minutos de caminhada.” Normalmente, ela leva 1h40 no trajeto entre a casa e o trabalho.
A doméstica Adriana Silva, 48 anos, que também estava no Terminal Capelinha, contou que ficou sabendo que não haveria greve antes de sair de casa.
“Minha amiga acordou 5 horas da manhã, perguntou para o Google e disse que foi cancelada. Eu queria chorar. Eu queria que fosse dois dias de greve. Greve de ônibus, de metrô, de carro, de jegue, de tudo”, brincou.
A técnica de enfermagem Nilze Aparecida, de 56 anos, que trabalha no Jardim Marcelo e mora no Parque Santo Antônio, também na zona sul, contou que, se não houvesse ônibus disponível, ela levaria 40 minutos andando.
“É um monte de subida, só morro. Já estava me preparando pra fazer isso. Mas eu soube ontem à noite que ia ter a greve e depois que cancelaram”, disse.
Nilze afirmou que, como trabalha com enfermagem, dificilmente seria liberada em caso de greve.
“Nem sabia da greve”
Algumas pessoas nem souberam que a greve de ônibus tinha sido cogitada. “Para falar a verdade, eu cheguei em casa ontem e nem acompanhei as notícias. Eu estava perdida. Se eu chegasse no ponto hoje e tivesse greve, eu ia voltar para casa”, contou Maria Aparecida Dias Almeida, 49 anos, que trabalha em uma casa de família e esperava seu ônibus esta manhã no Terminal Pinheiros, na zona oeste.
Fonte: Oficial