Pesquisa no Brasil demonstra que o modelo de mão-de-obra presencial voltou a ganhar força, em contraste com o sistema de trabalho remoto, mais conhecido como home office.
Sob o título de “Planeta Firma – Anuário de Benefícios Corporativos, Boas Práticas e Tendências para os Recursos Humanos”, o estudo diz que pelo menos 33% das empresas brasileiras já operam com 100% de mão de obra presencial, um ponto percentual a mais do que o modelo home office.
Home office: forte em ambientes “criativos”
O levantamento é da multinacional francesa Swile, que mantém operações no Brasil no segmento de benefícios. Entre as informações que detectaram a mudança de cenário estão o aumento da concessão de vale-combustível, em 203%, e de auxílio-mobilidade (antigo vale-transporte), que cresceu 76% neste ano.
O estudo observa, no entanto, a intenção das empresas de manter ativo o home office para algumas atividades muito comuns e em tendência de fortalecimento no mercado atual. Para se ter uma ideia, do total das empresas que seguem com trabalho remoto, 13% são do setor de tecnologia.
Escritórios de advocacia, produtoras de conteúdo, corretoras de seguros ou de viagens e empresas de arquitetura e engenharia estão também entre os perfis de atividade econômica bem adaptados ao trabalho remoto. A conclusão é de que quanto mais criativa e intelectualizada a demanda, melhor para o home office.
Legado do ‘fique em casa’
Tema recorrente de discussões em plataformas de redes sociais, especialmente no Linkedin, que trata de assuntos profissionais, o home office ganhou visibilidade no período da covid-19. Com o lockdown, diversas empresas foram obrigadas a manter seus profissionais trabalhando em casa.
Na China, por exemplo, o avanço do trabalho remoto foi tão grande que hoje, mesmo sendo facultativo, empresas de logística permitem que seus funcionários consigam movimentar, de casa, toneladas de cargas. Com um simples joystick, eles carregam e descarregam contêineres de navios.
De paliativo, tornou-se, no entanto, regra a ponto de o trabalho remoto integrar o pacote de atratividades de empresas para ter ou reter determinados funcionários. Os benefícios, aliás, ganharam muito mais relevância no processo seletivo por parte dos candidatos a um emprego. A mesma pesquisa mostrou que 57% dos funcionários consideram esse fator decisivo, enquanto 39% adotam o pacote de benefícios como critério de desempate.
Embora indique perda de aderência em comparação ao presencial, o home office exige que as empresas pensem mais na qualidade de seus ambientes. Esse desafio passa não somente pela questão de infraestrutura. Tem a ver, sobretudo, com a garantia de um clima organizacional saudável. Afinal, o profissional precisa enxergar vantagem para estar ali, em vez de permanecer em casa.
Fonte: Oficial