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Ideb: rede estadual de SP tem desempenho menor que durante a pandemia

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imagem colorida mostra crianças em sala de aula de escola em são paulo - metrópoles

São Paulo – O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) ainda não conseguiu elevar o desempenho da rede estadual de ensino a um patamar superior ao que existia nas escolas antes da pandemia de Covid. Ao invés disso, dados divulgados nesta quarta-feira (14/8) mostram, na realidade, que a educação de São Paulo registra, atualmente, um cenário pior que em 2021, quando parte dos alunos ficou afastada da sala de aula.

Os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2023, anunciados pelo Ministério da Educação, apontam que a rede estadual paulista teve queda de desempenho tanto no Ensino Médio quanto nos anos finais do Ensino Fundamental. Os dados são em relação às notas registradas há dois anos.

Na avaliação anterior, feita em 2021, o estado havia registrado nota 5,3 para o Fundamental II, e 4,4 para o Ensino Médio. Agora, a rede estadual teve notas 5,1 e 4,2, respectivamente. Apenas nos anos iniciais do Fundamental houve melhora na pontuação em relação a 2021, que saiu de 6,1 para 6,2.

Mesmo assim, em nenhuma das três etapas de ensino o estado voltou ao patamar pré-pandemia. Em 2019, o estado teve nota 6,6 para os anos iniciais do Fundamental, 5,2 para os anos finais do Fundamental e 4,3 para o Ensino Médio.

Ideb

O Ideb é o principal indicador sobre qualidade de ensino no país e leva em consideração as taxas de aprovação escolar e as médias de desempenho dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

A queda no desempenho da rede estadual de ensino acontece em meio a um processo de intensificação do uso de plataformas digitais nas escolas públicas de São Paulo. O secretário da Educação, Renato Feder, apostou no uso de diferentes aplicativos com a promessa de melhorar a qualidade do ensino nas escolas públicas, além de passar a fornecer slides com conteúdo para os professores usarem em sala de aula.

Em 2023, Feder chegou a afirmar que deixaria de usar os livros didáticos nas escolas para investir apenas em conteúdos digitais, mas acabou voltando atrás na decisão após a reação negativa de especialistas e da comunidade escolar. Erros graves descobertos nos slides produzidos pela pasta da Educação também fizeram com que o governo promovesse uma ampla revisão dos conteúdos.

Apesar das polêmicas à época, Tarcísio defendeu o secretário e disse que ele foi responsável por levar o Paraná, estado em que também chefiou a pasta da Educação, ao 1º lugar do Ideb.

O resultado do Ideb em 2023 é o primeiro que reuniu estudantes que estiveram durante os três anos do Ensino Médio com a matriz curricular do Novo Ensino Médio. O modelo, criado na gestão do presidente Michel Temer (MDB) e revisto recentemente pelo governo Lula (PT), teve sua implantação antecipada em São Paulo pelo governo João Doria (PSDB), e foi amplamente criticado pelos estudantes pelo número alto de itinerários e a baixa quantidade de aulas de disciplinas básicas, como geografia e matemática.

Em nota, a Secretaria da Educação afirmou que os resultados demonstrados no Ideb “reforçam o diagnóstico” feito pelo governo ao assumir a gestão.

“Desde o início da gestão, a Seduc-SP promove uma série de iniciativas para fortalecer o aprendizado dos estudantes matriculados no Ensino Fundamental e Médio. As mudanças incluem apoio à alfabetização na idade certa em parceria com municípios paulistas, recuperação semestral com foco na recomposição da aprendizagem e ampliação de cursos de formação continuada para professores”, diz a nota.

O governo afirma, ainda, que reduziu de 11 para três o número de itinerários formativos após consultar a rede, além de ter aumentado o tempo de aula para disciplinas como língua portuguesa e matemática. A nota termina enfatizando as medidas para reduzir a evasão escolar dos alunos.

“Em média, após a terceira falta consecutiva, a equipe da escola aciona o aluno e medidas de acolhimento são tomadas para garantir o retorno às salas de aula”, ressaltou o texto.

Fonte: Oficial