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Janaína: “Não dá para alguém de TV pública fazer striptease nas redes”

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Janaína: “Não dá para alguém de TV pública fazer striptease nas redes”

A vereadora Janaína Paschoal (PP) afirmou que funcionários que atuam na TV Câmara não podem publicar conteúdos fazendo “striptease” ou ficar se “exibindo” em seus perfis pessoais nas redes sociais. A fala da parlamentar ocorreu durante reunião do Conselho Editorial da Rede Câmara, do qual é presidente.

Em maio, um editor-chefe da TV Câmara foi demitido pela Fundação Padre Anchieta, responsável pela produção dos conteúdos institucionais do Legislativo paulistano, após queixas de Janaína sobre postagens na rede social do profissional em que ele aparece apenas de cueca e sunga, com gestos sensuais. Não há nudez explícita nos conteúdos.

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O Conselho Editorial da Rede Câmara é um colegiado, criado em abril deste ano, pela Mesa Diretora para dar diretrizes e auxiliar na criação de conteúdos institucionais da Câmara Municipal.

Durante reunião do grupo, nessa quinta-feira (24/7), a parlamentar comentou sobre a situação, sem mencionar o nome do funcionário.

“Obviamente que não vou dizer nomes, não vou expor pessoas. Mas eu preciso pedir que aqueles funcionários que estejam na atividade aqui na Casa tenham cautela com a sua vida pessoal. Todos nós temos a nossa liberdade, nossa vida, mas não dá para ter alguém numa TV pública, por exemplo, fazendo striptease nas redes, ou se exibindo. ‘Ah, mas é na rede privada, no canal privado’. Desculpa, não dá”, afirmou Janaína na reunião.

Jeldêam Álves atuava há 12 anos na Fundação Padre Anchieta, responsável pela TV Cultura. O órgão tem contrato com a Câmara Municipal para operacionalizar e produzir os conteúdos institucionais da Casa. Ele foi demitido pela fundação após solicitação de desligamento assinada pelo presidente da Câmara, Ricardo Teixeira, depois de queixa feita por Janaína.

À reportagem, Álves disse que também trabalha com divulgação de marcas de roupas íntimas masculinas. O ex-funcionário, que foi comunicado sobre a demissão em abril, afirma que não sabia do motivo do desligamento até a vereadora comentar sobre a situação na reunião dessa quinta.

Ele conta que estava trabalhando normalmente quando recebeu um documento com o pedido de demissão por parte da Presidência da Câmara. O ofício constava como parte interessada a vereada Janaína Paschoal.

“Ela criou esse conselho editorial e fez esse pedido. Não imaginava muito bem o que poderia ter sido, mas como ela expos isso na reunião, algumas pessoas ligaram meu nome e acabou me expondo. Agora, juntando os pontos, acredito que tenha sido uma questão moral mesmo. Não sei, homofobia, alguma ideologia que ela não tenha visto compatível com a minha, além desse preconceito com o meu outro trabalho que é a divulgação de marcas de roupa íntima masculina”, afirmou Álves.

“Incompatível”

Na reunião, Janaína Paschoal, que é jurista e docente da Faculdade de Direito da USP, afirmou ainda que a conduta “não é crime”, mas incompatível para quem atua em uma TV pública. Janaína Paschoal ainda fez um “alerta” para que outros profissionais da Rede Câmara não façam publicações “impróprias” nos seus perfis pessoais.

“Sendo uma pessoa adulta, que não está atuando em redes infantis, não é crime. Mas é um comportamento incompatível. Então, quero deixar avisado antes. Se isso eventualmente acontecer, eu vou ter que pedir para a TV Cultura retirar a pessoa aqui. E se for um funcionário nosso, vai ter uma apuração, desculpa falar. Não dá. Tem coisa que não dá”, completou a vereadora.


“Medo de prejudicar a carreira”

  • O ex-funcionário afirma que vai entrar na Justiça. “Estou desempregado há algum tempo, com medo de isso me prejudicar minha carreira, de conseguir voltar a trabalhar”, lamentou.
  • Ao Metrópoles, Janaína alegou que não pediu diretamente a demissão do funcionário à TV Cultura, mas que reportou o caso à Presidência da Câmara.
  • “Foi um caso específico, isolado, e já foi solucionado. Não posso falar nada além disso. Só achei importante registrar, para que não se repita. Não era funcionário da Câmara. Apenas prestava serviços aqui e foi afastado da Casa”, disse a vereadora.
  • Questionada se a Câmara pode solicitar o desligamento de um colaborador por postar conteúdos desse tipo em perfis pessoais e privados na rede social, a assessoria da Presidência da Casa afirmou que, como contratante, a Câmara pode “solicitar à Fundação Padre Anchieta a substituição de qualquer profissional, a qualquer momento, de acordo com seus critérios”.
  • Em nota, a Fundação Padre Anchieta afirmou que o colaborador foi desligado em maio durante a gestão anterior da diretoria da instituição, “por reestruturação do quadro funcional”. A gestão da fundação mudou em 13 de junho.

Fonte: www.metropoles.com