São Paulo — O soldado da PM Moroni Siqueira Rosa, de 37 anos, teve a prisão preventiva decretada após matar a tiros o técnico de operações florestais Hamilton Olímpio Ribeiro, de 29, durante o show cantora sertaneja Lauana Prado, em Marília, no interior de São Paulo, na madrugada do último sábado.
O PM foi preso em flagrante ainda no evento. Antes, ele foi espancado por um grupo de pessoas que testemunharam o assassinato. No momento da publicação desta reportagem, Moroni encontrava-se internado com ferimentos em um hospital da cidade.
Segundo a investigação da Polícia Civil, o PM entrou em luta corporal com o técnico florestal. Durante as agressões, Moroni sacou uma pistola .40, sua arma de trabalho, e fez cinco disparos contra Hamilton, conforme laudo do IML.
Um dos funcionários da segurança que atuava no evento disse, em depoimento, que o PM continuou atirando mesmo quando a vítima já estava de costas, tentando fugir. Além do técnico florestal, os tiros dados por Moroni atingiram uma das panturrilhas de uma mulher e feriram de raspão o queixo de um homem. Nenhum deles corre risco de morrer.
Motivo da briga
Também em depoimento, a companheira de Hamilton afirmou que, momentos antes do crime, pediu um cigarro para uma mulher que estava próxima ao casal na festa. Segundo a testemunha, a conversa entre elas foi “amistosa, sem qualquer falta de respeito”.
No entanto, o policial surgiu e parou ao lado da mulher que tinha cigarro, supostamente a companheira de Moroni. Na versão da testemunha, o soldado da PM estava “com os olhos avermelhados” e aparentava ter feito “uso de bebidas alcoólicas ou até mesmo drogas ilícitas”.
Nesse momento, Moroni passou a encarar, “sem qualquer motivo”, o técnico florestal, de acordo com a versão da companheira. Então, os dois se desentenderam e começaram as agressões.
Vídeos feitos por testemunhas mostram a sequência do momento que interrompeu o festival. Os sons dos tiros assustaram Lauana Prado, que deixou o palco e correu para se proteger. A multidão que acompanhava a apresentação também se apavorou (assista abaixo).
Prisão preventiva
Na decisão que converteu a prisão em preventiva, o juiz Felipe Guinsani entendeu que o policial demonstrou “claro intuito homicida, o que justifica a decretação da prisão cautelar”. A Justiça aguarda a alta hospitalar de Moroni para realizar a audiência de custódia.
“[O policial] apresentava-se visivelmente embriagado e/ou sob a influência de substâncias ilícitas, no interior de uma festa de rodeio, portando uma arma de fogo fora do seu expediente, expondo a integridade física de inúmeras pessoas a risco. Além disso, envolveu-se em briga sem, a princípio, qualquer justificativa”, escreveu o magistrado.
O crime imputado ao PM é doloso e punido com pena privativa de liberdade máxima superior a quatro anos, apontou o juiz. Além de homicídio, o caso é investigado como lesão corporal.
O Metrópoles apurou que o PM está lotado em um batalhão de Bauru e que mora em Marília. A defesa dele não foi localizada. O espaço segue aberto para manifestações.
Em nota, a organização do rodeio afirma que “em um ato isolado”, o PM Moroni Siqueira Rosa “sacou sua arma e atirou”. A Frente Parlamentar de Rodeios, também em nota, considerou o caso “um ato de violência inaceitável”.
Fonte: Oficial