O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (25/7), durante uma agenda em Osasco, na Grande São Paulo, que a família Bolsonaro “está traindo a nação” e induzindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a acreditar na “mentira” de perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para impor o tarifaço de 50% sobre os produtos brasieiros.
O petista disse, ainda, que os bolsonaristas se apropriaram de símbolos nacionais e, agora, estão subservientes aos americanos.
“Esses mesmos cidadãos ou cidadãs que utilizavam a camisa da seleção brasileira e a bandeira nacional se dizendo patriotas estão agora agarrados na bota do presidente dos Estados Unidos pedindo para ele fazer intervenção no Brasil, numa total falta de patriotismo. Junto à falta de patriotismo, com sem-vergonhice, com traição”, disse Lula.
“Estão pedindo para o presidente da República dos Estados Unidos aumentar a taxa das coisas que nós vendemos para eles para poder libertar o pai. Ou seja, trocando o Brasil pelo pai. Que patriota que é esse?”, questionou Lula se referindo a carta enviada por Trump para anunciar o tarifaço em 9 de julho e que cita uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Por isso eu estranhei que o presidente americano postasse uma carta para mim, no portal dele, dizendo que o Brasil seria taxado em 50%, e pede na carta que a gente pare de perseguir Bolsonaro imediatamente”, disse. “Se o presidente Trump tivesse ligado para mim, eu certamente explicaria para ele o que está acontecendo com o ex-presidente. (…) Ele foi induzido a acreditar numa mentira de que o Bolsonaro tá sendo perseguido”, acrescentou.
“Primeiro, o Bolsonaro não está sendo perseguido, ele está sendo julgado com todo direito defesa (…) Ele tentou dar um golpe nesse país. Ele não queria que eu e o Alckmin tomasse posse e ele chegou montar uma equipe para matar o Lula, para matar o Alckimin, para matar o presidente do Tribunal Eleitoral, o Alexandre de Moraes. Isso já está provado por delação deles mesmos”.
Lula disse ainda que, se Trump morasse no Brasil seria julgado por conta do atentado ao Capitólio por Trumpistas.
“Se o presidente Trump morasse no Brasil e ele fizesse aqui o que ele fez no Capitólio nos Estados Unidos, ele estaria sendo julgado. Simples assim. Porque nesse país, quem manda nele, é o povo brasileiro. E o povo brasileiro está esperando que se faça justiça”.
Lula ainda fez um apelo aos deputados presentes para tomarem providências contra o também deputado Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente que vive nos Estados Unidos e diz ter ajudado a articular a taxação sobre o Brasil.
“Vocês na Câmara tem que tomar uma atitude. Esse cara é deputado, ele se afastou, foi lá para os Estados Unidos ficar pedindo ‘o Trump, salva meu pai, salva meu pai, Trump’”.
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A fala ocorreu durante visita a Osasco que teve a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), e os ministros da Casa Civil, Rui Costa (PT), do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), e das Cidades, Jader Filho (MDB), integram a comitiva presidencial que foi a Osasco.
Os deputados federais do PT Alencar Santana, Alfredinho, Jilmar Tatto e Vincentinho participam do evento, além do psolista Guilherme Boulos. O secretário nacional de Periferias, Guilherme Simões, indicação de Boulos ao governo Lula, também foi à cerimônia.
Lula aproveitou a ida a Osasco para anunciar investimentos de R$ 4,6 bilhões do “Novo PAC Seleções 2025 Periferia Viva – Urbanização de Favelas”. O município da Grande São Paulo será contemplado com obras no Jardim Rochdale, Favela da 13 e Favela do Limite.
Essa é a oitava vez que o petista visita o Estado neste ano. Em apenas uma das agendas, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), atendeu ao convite do presidente. Rivais políticos, Lula e Tarcísio subiram no mesmo palco durante o lançamento das obras Túnel Santos-Guraujá, em fevereiro.
Lula em SP
- A primeira viagem de Lula a São Paulo neste ano foi para fazer exames de rotina no Hospital Sirio-Libanês, em 20 de fevereiro.
- Em 27 de fevereiro, o petista voltou ao estado para participar de cerimônia para lançar a obra do túnel Santos-Guarujá.
- O evento no litoral foi a única agenda pública do petista que contou com a presença de Tarcísio de Freitas, em 2025. Uma semana antes, eles já haviam se encontrado em reunião fechada no Palácio do Planalto.
- Em 14 de março, Lula participou da entrega de 789 ambulâncias em Sorocaba.
- Na semana seguinte, o petista voltou a Sorocaba para visitar a fábrica da Toyota.
- Nos dias 7 e 8 de abril, Lula foi ao Centro de Distribuição do Mercado Livre em Cajamar (SP) e participou da abertura do 100º Encontro Internacional da Indústria da Construção (Enic), na capital.
- Em maio, o petista voltou à capital paulista para inaugurar um novo curso de medicina e participou de evento de renovação do patrocínio da Caixa para o centro de treinamento de atletas paraolímpicos.
- Em junho, Lula esteve na Favela do Moinho para anunciar auxílio financeiro às famílias que seriam retiradas do local.
- Nesta sexta-feira (25/7), Lula foi a Osasco e anunciou os investimentos de R$ 4,67 bilhões em ações em 49 periferias de 32 municípios de 12 estados, do Programa “Novo PAC Seleções 2025 Periferia Viva – Urbanização de Favelas”.
Fonte: www.metropoles.com