São Paulo — O candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, defendeu nesta quarta-feira (21/8) que os professores discutam teorias criacionistas em sala de aula. O influencer disse não acreditar na teoria da evolução das espécies de Charles Darwin.
“Isso é uma forma de tirar a existência de Deus”, disse Marçal a jornalistas antes de participar de um podcast na zona sul da capital.
“Darwin é um cara que teve um problema de paternidade, se revoltou contra Deus. É um dos maiores cientistas do mundo, mas fez a gente acreditar que a gente é ancestral do primo do macaco, por causa de um polegar opositor. Sendo que, se você for olhar no reino animal, o coala também tem um polegar opositor. Desde quando eu era aluno de escola pública, eu nunca acreditei que eu era primo ancestral de macaco”, complementou.
O criacionismo citado por Marçal é a forma como as religiões tradicionais explicam a origem do mundo e do homem. É a visão de que a vida, o universo e toda a existência foram criados intencionalmente por uma divindade.
O candidato disse que diversas teorias devem ser debatidas em sala de aula. Ele ainda afirmou que a teoria em que o aluno acredita “não muda nada” na vida dele.
“O pensamento crítico não pode fechar uma teoria para ser desenvolvida. Se a pessoa falar dentro de sala de aula ‘eu acredito que eu vim do macaco’, ótimo, continue acreditando. Não vai mudar nada na vida da pessoa”, disse.
“Eu defendo o estado laico, só que a gente não é um estado ateu. Por que na escola nós não fazemos as crianças pensarem? Tem duas, três, quatro, dez teorias. Vamos pensar para a gente chegar numa conclusão?”
Em entrevista à rádio CBN, Anthony Tannus Wright, principal responsável pelas propostas de Marçal para a educação, defendeu a teoria do “design inteligente”, segundo a qual algumas estruturas do corpo humano são complexas demais para serem desenvolvidas por meio da evolução.
“Acho que tem que apresentar as teorias: tem de apresentar a Teoria da Evolução, e que existe também a Teoria do Design Inteligente, que é muito interessante”, afirmou Wright na ocasião.
Base Nacional Curricular
Atualmente, a Base Nacional Comum Curricular estabelece, dentro do conteúdo de História, que os estudantes aprendam a identificar hipóteses científicas sobre o surgimento da espécie humana e sua historicidade e analisar os significados dos mitos de fundação.
Já nas aulas de Ciências, o currículo definido pelo Ministério da Educação estabelece o estudo “da comparação das ideias evolucionistas de [Jean-Baptiste de] Lamarck e Darwin apresentadas em textos científicos e históricos, identificando semelhanças e diferenças entre essas ideias e sua importância para explicar a diversidade biológica”.
Está parado na Câmara dos Deputados, aguardando parecer do relator na Comissão de Educação, um projeto de lei de 2014, do deputado federal Marco Feliciano (PL-SP), que prevê a inclusão na grade curricular das redes pública e privada de ensino conteúdos sobre Criacionismo.
Fonte: Oficial