São Paulo — O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), reagiu neste sábado (24/8) à decisão da Justiça Eleitoral que suspendeu as redes sociais do influenciador Pablo Marçal (PRTB), seu adversário na disputa pela Prefeitura de São Paulo.
“Sou contra qualquer tipo de censura. A regra tem de ser igual para todos. Ou a Justiça libera todos os candidatos para fazerem o mesmo, ou ninguém utiliza estrutura paralela com cortes impulsionados”, afirmou.
O juiz eleitoral Antonio Maria Patiño Zorz acolheu o pedido da campanha da deputada Tabata Amaral (PSB) para que sejam retirados perfis “monetizados” de Marçal. A decisão liminar vale para contas no Instagram, no Youtube, no TikTok e no Twitter.
Após saber da decisão, Marçal foi às redes pedir para que seguidores recorressem a uma conta “reserva” no Instagram e disse não ter “medo de cadeia”. Já Tabata disse que o candidato caiu no “antidoping”.
O magistrado ainda proibiu que Marçal remunere, “pessoalmente ou por interpostas pessoas”, os “cortadores” de seus conteúdos com a vinculação à campanha a prefeito de São Paulo até o fim das eleições.
“Destaco que não se está, nesta decisão, a se tolher a criação de perfis para propaganda eleitoral do candidato requerido, mas apenas suspender aqueles que buscaram a monetização dos ‘cortes’ por meio de terceiros interessados”, afirmou o juiz.
Juiz vê falta de “transparência”
O magistrado afirmou que “Pablo fideliza e desafia seguidores, que o seguem numa desenfreada busca de ‘likes’ em troca de vantagens econômicas”.
“Este comando propagado por meio de verdadeiro ‘campeonato’, nitidamente impulsiona a imagem e de maneira clara a própria campanha do requerido Pablo. Atente-se que alguns foram recompensados, o que mantém intacto o espírito da disputa daqueles que se deixam seduzir pelo ‘campeonato’”, escreveu.
O juiz ainda afirmou que não há “transparência” sobre o dinheiro destinado aos vitoriosos do “campeonato”. Para o magistrado, “monetizar cortes equivale a disseminar continuamente uma imagem sem respeito ao equilíbrio que se preza na disputa eleitoral”.
Fonte: Oficial