São Paulo — Um ônibus com familiares de vítimas do acidente aéreo que matou 62 pessoas em Vinhedo, no interior de São Paulo, chegou por volta das 9h20 deste domingo (11/8) ao Instituto Médico Legal (IML) Central de São Paulo, no bairro Cerqueira César, na capital paulista.
Uma força tarefa foi montada para receber os familiares das vítimas que estão passando por uma triagem com assistentes sociais, psicólogos e conselheiros jurídicos no Instituto Oscar Freire, prédio anexo ao IML.
Às 22h45 do sábado (10/8), as equipes do Corpo de Bombeiros encerram os trabalhos no local do acidente. Todos os corpos retirados dos destroços foram levados ao IML central.
Por causa da dificuldade na identificação dos corpos, visto que muitos estavam carbonizados, familiares estão levando o histórico médico das vítimas, como exames de raio-x, para auxiliar no trabalho dos peritos.
Os profissionais estão coletando materiais genéticos dos familiares das vítimas seguindo a seguinte ordem: mãe e pai dos desaparecidos, mãe ou pai, mais filho ou cônjuge do desaparecido, filhos e cônjuge do desaparecido, mãe ou pai, mais irmão germano do desaparecido, irmão germano, mais filho e cônjuge do desaparecido, dois ou mais irmãos germanos do desaparecido.
Até o início da manhã deste sábado, apenas dois corpos haviam sido identificados, o dopiloto e do copiloto da aeronave que caiu. Não há previsão para a liberação dos corpos.
Neste domingo, funcionários da Cortel, concessionária responsável pela gestão dos 22 cemitérios e um crematório público da cidade de São Paulo, também foram mobilizados para conversar com as famílias e entender as necessidades a respeito de velórios e enterros.
Investigação civil
A Polícia Civil informou no sábado que o inquérito será instaurado na delegacia de Vinhedo para apurar todos os fatos relativos ao acidente.
Delegado titular da 1ª Seccional de Campinas, José Antônio Carlos de Souza ressaltou o trabalho de compartilhamento de informações entre todas as instituições envolvidas para minimizar o sofrimento dos familiares.
Já o superintendente da Polícia Federal, Rodrigo Sanfurgo, destacou que a PF empregou seus melhores equipamentos e profissionais, e que só sairá de Vinhedo “quando os trabalhos forem finalizados”.
“Difícil falar em prazo, mas nós podemos afirmar que estamos trabalhando incansavelmente para finalizar esse trabalho e confortar todas as famílias. Estamos entregando todo nosso esforço”, disse Sanfurgo.
A Prefeitura de Cascavel, no oeste do Paraná, disponibilizou o centro de eventos da cidade para a realização de um velório coletivo de vítimas.
Acidente
O avião da VoePass, de modelo ATR-72, partiu de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, quando, por volta das 15h, caiu verticalmente até colidir com o solo no quintal de uma casa em Vinhedo. A aeronave explodiu e pegou fogo. Ninguém no solo se feriu.
A principal suspeita sobre a causa do acidente é uma falha no sistema anticongelamento, que teria provocado o acúmulo de gelo na aeronave, fazendo com que o piloto perdesse o controle.
Em entrevista coletiva nesse sábado, o chefe do Cenipa, Brigadeiro Moreno, reforçou que o avião não fez comunicação de emergência com a torre de controle.
Fonte: Oficial