A Vale revelou os detalhes das negociações para um acordo de reparação pelo rompimento da barragem em Mariana, Minas Gerais. Em comunicado nesta sexta-feira, 18, a empresa informou que as discussões envolvem um valor de cerca de R$ 170 bilhões.
Esse montante inclui “obrigações passadas e futuras para apoiar as pessoas, comunidades e o meio ambiente afetados” pelo desastre. A Vale informou que, juntamente do governo federal, dos governos estaduais e das entidades públicas, está avaliando os termos para um acordo definitivo.
“Os termos gerais em discussão podem abrir caminho para a solução definitiva de todas as controvérsias constantes das ações civis públicas e demais processos movidos pelos poderes públicos brasileiros signatários, relativos ao rompimento da barragem Fundão, da Samarco, ao mesmo tempo em que definem medidas para reparar integralmente todos os danos socioambientais e todos os danos socioeconômicos coletivos e difusos decorrentes da ruptura”, comunicou a Vale.
A empresa alega ter expectativa de que o acordo definitivo “traga alternativas de caráter voluntário para indenizações individuais”. As negociações estão em andamento, e nenhum acordo final foi fechado até o momento.
Assim como a Vale, a Samarco ainda busca acordo
No próximo dia 5 de novembro, a tragédia de Mariana completa nove anos. A Samarco, principal empresa de mineração da região e responsável pela barragem que rompeu, segue sem pagar nenhuma das multas estabelecidas por causa do acidente. O rompimento da barragem deixou 19 mortos.
Ocorrido em 2015, o rompimento da barragem de Mariana resultou em uma avalanche de rejeitos de mineração. Isso provocou danos ambientais que se estenderam até a foz do Rio Doce, no Espírito Santo. É uma das maiores tragédias ambientais do país.
De acordo com a Samarco, as únicas multas quitadas foram as impostas pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad). As infrações apuradas pelo órgão estadual resultaram em uma cobrança de R$ 112 milhões.
“Sobre outras autuações, há questionamentos administrativos e jurídicos em curso”, diz a mineradora, em nota. Ela tem sustentado que há cobrança em duplicidade, já que as autuações do Ibama e da Semad teriam os mesmos fundamentos e foram aplicadas na mesma época.
As imagens do desastre em Mariana
Fonte: Oficial