O Parque do Carmo, na zona leste de São Paulo, recebeu luminárias que estavam no bairro da Liberdade, com o objetivo de fortalecer as tradições da comunidade japonesa local.
A ação foi realizada pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), em parceria com a SP Regula e a Ilumina SP. Diversos postes de iluminação da Rua dos Aflitos foram revitalizados e recolocados no Bosque das Cerejeiras. De acordo com a Prefeitura de São Paulo, os equipamentos estavam em desuso.
3 imagensFechar modal.1 de 3
Reprodução/Prefeitura de São Paulo2 de 3
Reprodução/Prefeitura de São Paulo3 de 3
Reprodução/Prefeitura de São Paulo
Entenda a iniciativa
- A ação faz parte de uma iniciativa que “visa garantir que a memória de cada grupo seja adequadamente representada”, de acordo com a Prefeitura de São Paulo.
- A administração municipal afirma que, além da revitalização, não houve custos adicionais para realocar os postes de iluminação no principal parque da zona leste.
- A iniciativa atende aos pedidos da Federação Sakura e Ipê do Brasil, organização que promove anualmente a Festa da Cerejeira no Parque do Carmo, que comemora o florescimento das cerejeiras com culinária típica, shows musicais e dança.
- “A introdução desses elementos urbanos dialoga harmonicamente com o contexto paisagístico e simbólico do local, uma vez que a comunidade japonesa é parte constituinte e ativa da paisagem cultural do parque”, diz um comunicado da Prefeitura. “Nesse sentido, a implantação das luminárias representa continuidade e valorização dos elementos materiais e imateriais que compõem o território.”
Leia também
-
São Paulo
A luta pela preservação da memória negra nos bairros de São Paulo
-
São Paulo
Sem luminárias japonesas, rua na Liberdade guarda memória negra em SP
-
São Paulo
CPTM: passageiros caminham nos trilhos da Linha 12 após falha em trem
-
São Paulo
Gasto com previdência militar em São Paulo aumentou 53% sob Tarcísio
As luminárias foram retiradas da Rua dos Aflitos, na Liberdade, em novembro de 2024, após anos de reivindicação de movimentos negros e indígenas. Na região funcionou o primeiro cemitério público de São Paulo, onde se enterravam pessoas escravizadas e muitas vezes mortas na forca, a poucos metros dali.
A remoção dos símbolos japoneses era uma reivindicação de movimentos negros. “As luminárias japonesas, as feiras, o expediente comercial intenso. Nada disso é adequado para um cemitério. É necessário respeitar a memória que este lugar carrega, os corpos que ainda estão enterrados aqui”, disse ao Metrópoles, na ocasião, Wesley Vieira, historiador e membro da União dos Amigos da Capela dos Aflitos (Unamca).
Após a concretização da mudança, o secretário do Verde e do Meio Ambiente, Rodrigo Ashiuchi, comentou a iniciativa. “Com a realocação das luminárias, fortalecemos a preservação da memória cultural da comunidade japonesa no Parque do Carmo, ao mesmo tempo em que respeitamos a história e as diferentes identidades presentes no bairro da Liberdade”, disse.
Fonte: www.metropoles.com
