São Paulo — Pela primeira vez em 16 dias, o estado de São Paulo zerou o registro de novos focos de incêndio nessa segunda-feira (16/9), segundo dados do monitoramento de focos ativos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados nesta terça-feira (17/9). O estado havia contabilizado nenhum novo foco pela última vez em 29 de agosto deste ano.
Nesta terça-feira, em nota divulgada às 6h, a Defesa Civil informou que combate três focos de incêndio que já estavam em andamento antes mesmo de segunda, nas cidades de Bananal, Itirapuã e Mococa, no interior paulista. Na segunda, o órgão chegou a combater 11 focos de incêndio na primeira atualização do dia (7h), cinco focos na segunda (11h30) e três focos na terceira e última (17h30), nas mesmas cidades desta terça – todos originados anteriormente ao dia de combate.
Ao todo, 48 municípios seguem em alerta máximo para queimadas. A Defesa Civil também informou que, nesta terça, estão sendo utilizadas seis aeronaves no combate às chamas, sendo três de asa fixa e três de asa rotativa.
O Mapa de Risco de Incêndio (veja abaix0), que é uma das ferramentas tecnológicas que auxiliam a Defesa Civil no monitoramento de queimadas em vegetação durante o período da estiagem, indica grau máximo de risco em faixas do território norte paulista.
Monitoramento de incêndios do Inpe
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 1.783 focos ativos de incêndio foram registrados em setembro até essa segunda no estado de São Paulo, número 4,7 vezes maior que o total de focos registrados em todo o mês de setembro do ano passado, quando 375 focos ativos foram contabilizados.
No mês de agosto, o estado registrou 3.612 focos de incêndio, um recorde histórico em relação aos meses de agosto desde 1998. A marca representa 50,2% do total de 7.193 focos registrados no estado até o momento em 2024.
Maior operação aérea da história
No combate aos incêndios no estado neste sábado, o gabinete de crise do governo paulista empregou oito aeronaves de asa fixa e 12 aeronaves de asa rotativa, totalizando 20 aeronaves atuando simultaneamente no estado, a maior operação aérea da história (veja vídeo abaixo). A marca supera o recorde dessa quinta-feira (12/9), quando 14 aeronaves foram utilizadas.
Foram 2 mil horas de voo para enfrentar os incêndios que afetam o estado, despejando mais de 760 mil litros de água para controlar as chamas.
De acordo com o Comando de Aviação da Polícia Militar (PM), entre domingo (8/9) e quinta-feira decolaram 14 helicópteros Águia para ações de combate aos incêndios em 56 cidades, quase metade da frota de 29 helicópteros da PM.
São 24 modelos Esquilo, um Agusta Westland, dois Airbus e dois Schweizer, de pequeno porte. Cada uma dessas aeronaves consegue carregar 600 litros de água em uma espécie de cesto gigante, chamado de “bambi bucket”, que pode ser abastecido com o helicóptero no ar em rios, lagos, e até piscinas.
Prevenção e cuidado
Nesse momento, recomenda-se ter cuidado redobrado com a saúde, com a ingestão de bastante água e proteção solar. A prática de atividade física ao ar livre deve ser evitada nos horários mais críticos do dia e é recomendado o uso de soro nos olhos e nariz.
A Defesa Civil do Estado, juntamente com as Defesas Civis Municipais, adota medidas de prevenção, como vistoria nas áreas mais suscetíveis às queimadas, construção de aceiros e intensificação das campanhas de conscientização junto à população.
Ainda são destacadas medidas que devem ser adotadas pela população na prevenção de incêndios:
- não colocar fogo em áreas de vegetação seca;
- não jogar bitucas de cigarro em beiras de rodovias;
- não realizar a limpeza da área rural utilizando técnicas com fogo;
- não queimar lixo;
- não soltar balão.
A inalação de fumaça proveniente dos incêndios agrava problemas respiratórios. Por isso, a recomendação é procurar atendimento médico em caso de sintomas como falta de ar, tontura, dor e chiado no peito.
A Defesa Civil alerta que, ao avistar fumaça suspeita ou fogo de incêndio em mata, é preciso informar imediatamente o Corpo de Bombeiros (193).
Fonte: Oficial