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Planta medicinal ajuda a reduzir circunferência abdominal, aponta USP

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Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) apontou que o uso da planta medicinal silimarina (Silybum marianum), em uma formulação nutracêutica contendo também prebióticos e minerais, revelou benefícios na saúde metabólica e na qualidade de vida de pessoas com sobrepeso ou obesidade, com redução da circunferência abdominal e melhora na composição da microbiota intestinal e na qualidade do sono.

A pesquisa foi realizada pela farmacêutica e bioquímica Ana Flávia Marçal Pessoa, no Laboratório de Produtos e Derivados Naturais, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). A pesquisadora colaboradora do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo e fundadora do Instituto Botânico conversou com o Metrópoles sobre o trabalho.

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O foco do estudo chamado “Modulação do Eixo-Intestino Cérebro em voluntários sobrepeso com uso de uma formulação Prebiótica” era desenvolver meios de modular o intestino para o cultivo da microbiota probiótica, gerando melhora no funcionamento geral do organismo.

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A silimarina, extraída do cardo-mariano, é utilizada há séculos no tratamento de distúrbios hepáticos. Na pesquisa, Ana Flávia atestou que a formulação utilizada contribuiu, também, para melhorias na microbiota intestinal.

“Os efeitos da diminuição da circunferência abdominal e da melhora da qualidade do sono foram por causa da regulação das bactérias. A silimarina já é muito utilizada na literatura com a função hipocolesterolêmica e a gente está dando aqui uma nova alegação, que é uma alegação ansiolítica”, explicou a biomédica.

Segundo a pesquisadora, os médicos já prescrevem a silimarina para problemas no fígado, mas ela acredita que os profissionais deixam de avaliar se o paciente, quando ingere apenas o fitoterápico, não tem também uma melhora na qualidade do sono ou diminuição na circunferência abdominal.

“Uma questão para observar é que, se você diminuir a inflamação no fígado, você vai melhorar a qualidade de vida do seu paciente, vai diminuir o estado inflamatório, então, ele pode melhorar o sono […] Se você diminuir a inflamação, você diminui o cortisol e também melhora o sono. Está tudo relacionado”, pontuou.

Metodologia do estudo com a planta medicinal silimarina

  • Os testes foram realizados em voluntários entre 44 e 64 anos, sendo homens e mulheres, com sobrepeso e obesidade.
  • Durante 6 meses, os voluntários tomaram duas doses, duas vezes ao dia (quatro cápsulas diárias).
  • O teste foi realizado no método duplo-cego, ou seja, os pesquisadores não sabiam quem estava ingerindo o suplemento com ou sem a silimarina.
  • No período em que tomaram a suplementação, os voluntários não podiam fazer alterações em suas dietas ou realizar atividades físicas.
  • O resultado foi melhor nos pacientes obesos, apontou Ana Flávia.

De acordo com Ana Flávia, os resultados do estudo foram mistos. A silimarina teve um efeito superior em alguns dados, por exemplo, a modulação da microbiota. Ela falou que, modulando a microbiota, houve até diminuição de um perfil lipídico.

Os destaques do estudo chamam a atenção para a redução no Índice de Massa Corporal (IMC) e circunferência abdominal, melhoria na qualidade de vida, redução na expressão de citocinas inflamatórias, redução do marcador AST/ALT, diminuição dos níveis do “hormônio do estresse” e modulação de bactérias importantes na manutenção da saúde intestinal.

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A biomédica e seu grupo de pesquisadores vem realizando diversos trabalhos relacionados ao intestino. “A gente viu que a obesidade altera o microbioma. Ela altera tanto a morfologia do intestino, quanto as bactérias. E, quando você altera a morfologia do intestino, vai diminuir a absorção e/ou vai produzir citocinas inflamatórias. Quando você muda, você desequilibra a bactéria”, falou.

Segundo a biomédica, já existe uma empresa que está comercializando a formulação nutracêutica com silimarina. “É uma coisa que, aqui no Brasil, está começando agora. Mas, lá fora, eles já usam muito os prebióticos associados a minerais”, disse.

Fonte: www.metropoles.com