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PM de Tarcísio matou 92% a mais no 1º semestre de 2024

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São Paulo — O número de mortes provocadas por policiais militares (PMs) no primeiro semestre no estado de São Paulo cresceu 71% em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública do Ministério Público de São Paulo (MPSP).

Entre janeiro e junho de 2023, foram 201 mortes causadas por policiais militares, dentro e fora de serviço. Neste ano, foram 344 nos seis primeiros meses do ano.

Considerando apenas os PMs em serviço, o aumento foi de 92%, com o número passando de 154 para 296.

Só na cidade de São Paulo foram 92 mortes provocadas por PMs nos seis primeiros meses do ano, 70 delas por policiais em serviço No ano anterior, os PMs mataram 73 no primeiro semestre, 49 em serviço.

A Baixada Santista, palco da Operação Verão, foi o local em que o número de mortes causadas por policiais militares mais cresceu. Em Santos, foram 7 nos primeiros seis meses do ano passado. No primeiro semestre de 2024, foram 33.

O Metrópoles questionou a Secretaria da Segurança Pública (SSP) sobre os números e, até o momento da publicação, não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.

Operação Verão

A 3ª Fase da Operação Verão, instaurada após a morte de um soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar em Santos, levou os batalhões de elite da Polícia Militar do estado para a Baixada Santista para uma série de incursões em comunidades durante cerca de dois meses. No período, 56 suspeitos morreram, segundo contagem oficial da SSP, além de três policiais.

O balanço da SSP aponta que, desde dezembro, 1.045 infratores foram presos (438 eram procurados pela Justiça) e 47 menores apreendidos.

A Operação Verão foi alvo de críticas e levou a Ouvidoria das Polícias e entidades de defesa dos direitos humanos a entregarem relatórios para o MPSP  apontando uma série de irregularidades cometidas pela PM, como a prática de tortura e execuções em comunidades pobres da Baixada Santista.

Entre os mortos em supostos confrontos, estariam pessoas com deficiência visual e de mobilidade, fazendo uso de muletas. A operação terminou com 56 mortos, exatamente o dobro da sua antecessora, a Operação Escudo, no segundo semestre do ano passado.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que não estava “nem aí“, após saber em 8 de março que seria denunciado à Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) por causa da operação. “Sinceramente, nós temos muita tranquilidade em relação ao que está sendo feito. E aí, o pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta, e eu não estou nem aí”, afirmou, em 8 de março.

Fonte: Oficial