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PMs afastados por morte de policial civil pedem para voltar à Rota

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PM da Rota que baleou policial civil foi afastado, diz governo de SP

Relembre histórico

  • Em 11 de julho, os PMs da Rota estavam em diligência em uma viela no Capão Redondo, na zona sul de São Paulo, quando Mendes atirou quatro vezes contra Moura e outro policial civil, atingido de raspão. Mesmo com identificações da Polícia Civil, o sargento alegou que acreditava se tratar de traficantes, e por isso atirou.
  • Em 14 de julho, a PM afastou Barreto e Mendes das ruas, além dos outros dois policiais que acompanhavam a ação, de fora da viela. No dia 16, Moura não resistiu aos ferimentos e morreu, após cinco dias internado em estado gravíssimo no Hospital das Clínicas.
  • No mesmo dia, a juíza Isabel Begalli Rodriguez, da 3ª Vara do Júri do Foro Central Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou, em medida cautelar, a suspensão do exercício da função pública para Barreto e Mendes, afastando os policiais de forma integral da corporação.

Para os advogados, o afastamento das atividades operacionais (na rua), determinado pela PM, já atendia aos objetivos da medida cautelar e da preservação da ordem pública.

Eles argumentam que a suspensão da função pública é exagerada, já que a medida tira dos PMs o direito a vencimentos e vantagens, além de interromper a contagem de tempo para fins de aposentadoria, férias, licença-prêmio, adicional de insalubridade e progressão funcional.

Segundo os defensores, o afastamento também causa prejuízos à subsistência dos próprios investigados e de seus dependentes.

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“Cumpre salientar que a referida determinação, já devidamente publicada no Diário Oficial do estado, está produzindo prejuízos de natureza irreparável ao acusado, que é chefe de família e responsável pelo provimento de seu filho menor. É imperioso destacar que a manutenção de tal decisão impossibilitará o acusado de prover o sustento de seu núcleo familiar”, afirmou a defesa de Mendes na petição.

Nesta sexta (1º/8), os pedidos foram remetidos ao Ministério Público de São Paulo (MPSP), que tem o prazo de 10 dias para apreciação da promotoria. Em seguida, o caso deve ser analisado pela Justiça antes de uma decisão.


PM da Rota que matou policial civil

  • O sargento Marcus Augusto Mendes foi afastado anteriormente de forma cautelar da Rota pelo prazo inicial de 90 dias, por determinação da Justiça, após a morte do policial civil Rafael Moura.
  • Moura, agente de telecomunicações do 3º Cerco da Polícia Civil de São Paulo, estava em uma incursão com um colega no Capão Redondo, na zona sul, em 11 de julho.
  • Em uma viela do bairro, Marcus e o cabo Robson Santos Barreto, também da Rota, encontraram Moura ao lado de outro policial civil.
  • Os investigadores estavam com distintivo e chegaram ao local em viatura caracterizada. Ainda assim, Marcus atirou quatro vezes, e alegou que acreditava se tratar de traficantes.
  • Rafael Moura foi atingido por três tiros e internado em estado gravíssimo no Hospital das Clínicas, onde morreu em 16 de julho.
  • O policial civil foi velado na Academia da Polícia Civil, na zona oeste, e sepultado no Cemitério da Saudade, em Taboão da Serra, na região metropolitana.
  • Com a investigação, Marcus e Robson podem ser expulsos da PM e presos por homicídio.
  • Um mês antes do episódio em que Moura foi baleado, a dupla Marcus e Robson esteve em outra ocorrência com resultado letal no Capão Redondo, a 500 metros da viela onde encontraram os policiais civis. O fato pesou para que os agentes fossem afastados e investigados.

“Entrou para matar”

Um policial, que prefere não se identificar, disse ao Metrópoles que conhece bem a região onde Mendes atirou contra os policiais civis, por já ter trabalhado no território. De acordo com ele, a conduta era desnecessária, já que não costuma haver criminosos armados no local.

Um mês antes da ocorrência que matou Moura, o sargento da PM se envolveu em outra ocorrência a 500 metros do local. Essa, no entanto, resultou em homicídio. A vítima foi um homem ainda não identificado, que, segundo a versão dos PMs, estaria segurando uma arma de fogo.

Pedido por justiça

Segundo a irmã, Rafael Moura tinha o sonho de ser policial desde pequeno. “Ele conseguiu realizar e também tinha um sonho de ser delegado”, conta. Agora, resta o sentimento de indignação e o pedido por justiça.

“O policial da Rota atirou pra matar meu irmão. Ele deixou três filhos pequenos e esposa. Meu pai, que já é um senhor de idade, está arrasado. Estamos todos arrasados”, lamenta. “A gente jamais imaginou que ele seria morto por um outro colega da mesma profissão.”

“A conduta [de Marcus] foi errada como policial. Todo mundo quer ver essas imagens, já que ele fala que foi legitima defesa. Todo mundo quer ver, porque ele está na rua”, aponta a irmã de Rafael.


Fonte: www.metropoles.com