Home Noticias Polícia indicia suspeitos em caso de estudante trans desaparecida

Polícia indicia suspeitos em caso de estudante trans desaparecida

7
0
Ícone de sino para notificações

A Polícia Civil indiciou, nesta quarta-feira (4/9), Marcos Yuri Amorim e Roberto Carlos, suspeitos de matarem a estudante da trans Carmen de Oliveira, de 26 anos. A jovem estava desaparecida desde o dia 12 de junho, quando havia ido para a casa do companheiro em Ilha Solteira, no interior de São Paulo.

Marcos Yuri era o namorado da vítima e teria cometido o crime junto com policial militar ambiental da reserva, Roberto Carlos, também apontado como amante de Marcos. Eles estão presos desde o dia 10 de julho e responderão pelos crimes de feminicídio, ocultação de cadáver, supressão de documento e fraude processual.

Da esquerda para a direita: Marcos Yuri Amorim (namorado), Carmen de Oliveira Alves (vítima) e Roberto Carlos Oliveira (policial da reserva que teria um caso com Yuri)

A informação do indiciamento foi confirmada ao Metrópoles pela família da vítima. Segundo os familiares, a polícia afirmou que já existem provas suficientes para indiciar os suspeitos.

-- Anuncios Patrocinados --
Curso Automação sem Limites

Reconstituição encontrou sangue

  • No final de agosto, a Polícia Civil fez uma reconstituição do crime de feminicídio no sítio de Marcos Yuri, local indicado como local do homicídio.
  • No endereço, a investigação encontrou o sangue da estudante em uma lona e em um sapato utilizados pelos suspeitos.
  • O celular da vítima foi encontrado em outra ação policial em uma área de mata em Ilha comprida, no litoral de São Paulo.

Depoimentos inconsistentes

A primeira reconstituição do feminicídio foi feita com base na versão de Roberto, que acompanhou a equipe de investigação. Na próxima quarta-feira (27/8), a polícia também deve levar Yuri ao sítio para simular a ocorrência a partir da perspectiva dele.

Um dos suspeitos presos, inclusive, confessou anteriormente à polícia que a estudante trans está morta. O homem, todavia, não confirmou ter participado do crime.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), que não cita quem teria admitido a morte da mulher, um dos presos confessou que a jovem foi assassinada com o uso de um pedaço de ferro e uma faca, após uma discussão. Contudo, os depoimentos dos acusados têm inconsistências.

De acordo com Lucas de Oliveira, irmão de Carmen, a confissão foi feita por Roberto. Ele teria dito à polícia que, quando chegou ao local do crime, a estudante já estava morta, caída no chão. Yuri, por outro lado, nega participação no homicídio.

“O Roberto fala que não participou da ocultação do corpo, que quem fez isso foi o Yuri, e o Yuri fala que foi o Roberto que sumiu com o corpo. Um está jogando para o outro”, explica. “Na versão do Yuri, ele deu uma pancada na cabeça [de Carmen], ele chamou o Roberto para ajudar, e o Roberto ‘terminou de matar ela’”, completa.

Ainda conforme a SSP, o lugar da morte passará por nova perícia. “As buscas continuam para localizar o corpo da vítima”, assegurou a pasta.


Feminicídio da estudante trans

  • Carmen foi vista pela última vez em 12 de junho, por volta das 10h, na Rua 15 de Novembro, em Ilha Solteira, vestindo calça jeans e uma blusa verde. Ela estava em uma bicicleta elétrica.
  • A Polícia Civil passou a investigar o caso. Faz buscas pela estudante com auxílio de amigos e familiares da jovem.
  • Com o avanço das investigações, dois suspeitos foram presos temporariamente, em 10 de julho: Marcos Yuri Amorim, namorado de Carmen, e Roberto Carlos Oliveira, policial militar ambiental da reserva.
  • Segundo o delegado Miguel Rocha, responsável pela investigação do caso, os homens estavam envolvidos em uma relação amorosa e teriam trabalhado em conjunto para matar a estudante e ocultar o corpo.
  • A apuração apontou ainda que Marcos Yuri matou Carmen porque não queria assumir a relação.
  • Buscas no notebook da estudante mostraram que ela tinha um dossiê contra o rapaz, com provas de roubos e furtos que ele teria cometido em Ilha Solteira.
  • A jovem teria usado o dossiê para pressionar o namorado a assumir a relação.

 

Fonte: www.metropoles.com