Foi preso, na madrugada desta terça-feira (21/10), um homem suspeito de ser um dos atiradores que executaram o ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes. Secretário de Administração de Praia Grande, no litoral paulista, Ruy foi morto a tiros de fuzil no último dia 15 de setembro, na cidade litorânea.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), José Nildo da Silva, de 47 anos, era investigado e, após o crime, se dirigiu a uma das quatro residências que teriam sido usadas na logística do crime. Ele foi preso em Itanhaém, após chegar ao imóvel na noite dessa segunda (20/10). A polícia diz que uma testemunha viu que o homem estaria armado e vestindo um colete à prova de balas,
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Uma mulher que estaria com ele na residência não foi localizada por policiais.
José Nildo, segundo a polícia, tem duas passagens por ameaça e violência doméstica, e uma porte ilegal de armas. Ainda é investigado se ele tem envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Dois homens, identificados como Flávio e Luiz, seguem foragidos e as investigações continuam para esclarecer a motivação do crime.
A prisão desta terça é a oitava relacionada o crime.
Prisões anteriores
- Danilo Pereira Pena, conhecido como Matemático, teria organizado parte da operação criminosa, incumbindo outro indivíduo de transportar um terceiro participante.
- Felipe Avelino da Silva, conhecido como Mascherano, que teve digitais identificadas pela perícia em um dos carros usados no assassinato. Ele é apontado como “disciplina” da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) no ABC Paulista, na região metropolitana de São Paulo.
- William Silva Marques, dono da casa usada como QG do crime.
- Rafael Marcell Dias Simões, conhecido como Jaguar e apontado como um dos atiradores.
- Dahesley Oliveira Pires, acusada de ser a pessoa que buscou o fuzil no litoral paulista.
- Luiz Henrique Santos Batista, o Fofão, que teria sido responsável por dar carona para um dos criminosos fugir da cena do crime. A ação teria sido orientada por Danilo Pereira Pena, o Matemático, preso nesta quarta (15/10).
- Umberto Alberto Gomes, apontado como um possível atirador e morto em confronto com a polícia no Paraná. As impressões digitais dele foram detectadas em um imóvel em Mongaguá, que teria sido utilizado pela quadrilha antes do crime.
- Cristiano Alves da Silva, 36, conhecido como “Cris Brown”, é apontado como proprietário da casa em Mongaguá que foi utilizada como ponto de apoio aos criminosos.
Linhas de investigação
O ex-delegado e então secretário da Administração de Praia Grande foi morto em uma emboscada no dia 15 de setembro. Pouco mais de um mês após o crime, fontes próximas à investigação confirmaram ao Metrópoles que, até o momento, a apuração trabalha com duas principais hipóteses:
- Vingança do crime organizado, tendo em vista os anos de carreira que Ruy dedicou em combate ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
- Retaliação de colegas de prefeitura, uma vez que o ex-delegado estaria supervisionando um contrato milionário de licitação, que previa a compra de equipamentos destinados à ampliação do sistema de videomonitoramento e Wi-Fi da gestão municipal.
Execução de ex-delegado
Imagens de câmeras de segurança foram utilizadas pela Polícia Civil para entender a dinâmica do crime que vitimou o Ruy Ferraz Fontes.
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Valentina Moreira/Metrópoles
Um vídeo obtido pelo Metrópoles mostra o momento em que os criminosos deram início à emboscada. Eles estacionaram o carro em uma rua perto da Prefeitura de Praia Grande, onde a vítima trabalhava como titular da Secretaria de Administração, às 18h02.
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Outras imagens flagraram o instante em que o delegado bate o carro em um ônibus e é alvo de fuzilamento.
Veja:
Após 14 minutos, o veículo de Ruy Fontes aparece na gravação, passa ao lado dos criminosos e é alvo de tiros. Ruy tenta fugir, mas é perseguido, bate o carro em um ônibus após cerca de 2,5 quilômetros e é executado.
Quem era Ruy Ferraz
Ruy Ferraz Fontes atuou por mais de 40 anos Polícia Civil de São Paulo e era especialista na facção criminosa PCC. Ele iniciou a carreira como delegado de polícia titular da Delegacia de Polícia do Município de Taguaí, do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter) 7.
Durante a vida profissional, foi delegado de polícia assistente da Equipe da Divisão de Homicídios do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Também atuou como delegado de polícia titular da 1ª Delegacia de Polícia da Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
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Polícia Civil de SP/Divulgação2 de 7
Prefeitura de Praia Grande/Divulgação3 de 7
Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo
Reprodução/Prefeitura de Praia Grande4 de 7
Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo
Divulgação/Alesp5 de 7
Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo
Divulgação/Polícia Civil6 de 7
Delegado Ruy Ferraz Fontes
Divulgação/Alesp7 de 7
Ruy Ferraz foi executado em Praia Grande
Reprodução/ Vídeo cedido/ Divulgação/ Prefeitura de Praia Grande
Além disso, Ferraz foi delegado de polícia titular da 5ª Delegacia de Polícia de Investigações Sobre Furtos e Roubos a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e comandou outras delegacias e divisões na capital. O então secretário de Administração de Praia Grande também esteve à frente da Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo e foi diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).
Ele ainda foi professor assistente de criminologia e direito processual penal da Universidade Anhanguera e atou como professor de investigação policial pela Academia da Polícia Civil do Estado de São Paulo (Acadepol). Ruy assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande em janeiro de 2023, até ser morto.
O policial também foi o primeiro delegado a investigar a atuação do PCC no estado, enquanto chefiava a Delegacia de Roubo a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), no início dos anos 2000. Foi jurado de morte por Marco William Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder máximo do PCC, em 2019, após o criminoso ser transferido para o sistema penitenciário federal.
Fonte: www.metropoles.com