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PSol pede impeachment de Tarcísio por “apoiar chantagem de Trump”

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A bancada do PSol na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) protocolou nesta segunda-feira (21/7) um pedido de impeachment contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Os psolistas alegam que Tarcísio atuou para auxiliar o ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PL) a sair do país, além de ter apoiado as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nestes atos, o governador teria incorrido em uma série de crimes, de acordo com a denúncia.

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O pedido de impedimento diz que Tarcísio cometeu crimes contra a existência da União, contra o livre exercício do Poder Judiciário, contra o cumprimento de decisões judiciais e contra a segurança interna do Brasil.

“Um agente público que colabora com a fragilização da economia nacional e com a instrumentalização de pressões internacionais contra o país não pode continuar no exercício do mandato sem que haja responsabilização”, escrevem os deputados estaduais.

“Ao endossar a chantagem de Donald Trump contra o Poder Judiciário brasileiro, articulada por intermediação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, e articular a ida de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, o governador incide ainda em crime contra a segurança interna do país por concorrer com a prática de crimes contra o Estado Democrático de Direito”, acrescentam.

Os deputados ainda afirmam que há mais do que um alinhamento ideológico. Segundo os deputados, o uso de adereços da campanha trumpista, adesão a slogans norte-americanos, apoio a “mensagens ameaçadoras” contra o país e a celebração da posse de “um presidente estrangeiro hostil ao país” são atos contra o dever constitucional de governantes de resguardar a soberania nacional.

Em janeiro, Tarcísio comemorou a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e chegou a publicar uma foto nas redes sociais vestindo um boné com os dizeres “Make America Great Again”, slogan da campanha trumpista.

Tarcísio e o tarifaço

  • Desde que Trump anunciou a taxação de 50% sobre produtos brasileiros, Tarcísio modulou o discurso e foi alvo de críticas.
  • Em 9 de julho, dia em que a sanção econômica foi anunciada, o governador de São Paulo foi às redes sociais e disse: “Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado”.
  • A mensagem foi mal vista por agentes do mercado e interpretada como politização sobre um assunto econômico delicado.
  • No dia seguinte, Tarcísio concedeu uma entrevista coletiva em que acenou para a indústria de São Paulo e afirmou que o tarifaço era “deletério, principalmente para aqueles estados que têm produção industrial de maior valor agregado”.
  • Depois, o governador embarcou para Brasília, onde se reuniu com Jair Bolsonaro e informou o ex-presidente que negociaria com o encarregado de negócios dos Estados Unidos.
  • Ainda em Brasília, Tarcísio se reuniu com o representante da embaixada americana, Gabriel Escobar.
  • Na terça-feira passada (15/7), foi a vez de Escobar ir a São Paulo para se reunir com Tarcísio e empresários em uma reunião a portas fechadas no Palácio dos Bandeirantes. Na conversa de cerca de 1h30min, o encarregado de negócios sinalizou que os EUA podem negociar o tarifaço, que passa a valer apenas em 1º de agosto.
  • Tarcísio disse que deve entrar em contato com governadores de estados americanos para tentar reduzir a tarifa.

Outros pedidos de impeachment

Ao menos outros dois pedidos de impeachment contra Tarcísio já foram protocolados na Alesp neste ano. Em 9 de julho, a deputada Ediane Maria (PSol), também uma das autoras deste pedido de impedimento, fez outro protocolo pedindo o impeachment do governador pela publicação no X que criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia em que Trump anunciou o tarifaço.

Em março, 110 movimentos sociais e deputados protocolaram um pedido de impeachment contra Tarcísio e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), por conta da violência policial. O documento se baseou em levantamento do Instituto Sou da Paz que registrou 650 mortes provocadas por policiais militares em serviço.

O Metrópoles pediu ao Palácio dos Bandeirantes um posicionamento a respeito do pedido de impeachment desta segunda-feira e aguarda retorno.

Fonte: www.metropoles.com