São Paulo — Na noite do último dia 8 de agosto, acompanhada de alguns militantes do Partido Novo, a economista Marina Helena protestava em frente à TV Bandeirantes por não ter sido convidada para participar do primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura da capital paulista nestas eleições.
Marina Helena acionou a Justiça para obrigar a emissora a chamá-la: seu trunfo era a chegada do deputado federal Ricardo Salles ao Novo, deixando o partido com cinco cadeiras no Congresso Nacional e, portanto, cumprindo a exigência mínima do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para garantir a participação de candidatos da legenda em debates televisivos.
A princípio, a liminar havia sido concedida a favor de Marina, mas a emissora recorreu alegando que o prazo para a contagem de parlamentares havia se encerrado em 20 de julho. Como Salles migrou para o Novo no início de agosto, a liminar foi derrubada e Marina Helena ficou de fora do debate.
“Não vão nos calar, não vão nos censurar. Esse debate não está valendo”, gritou Marina Helena na porta da emissora.
A campanha de Marina conta, e muito, com a participação dela nos debates para se tornar mais conhecida pelo público.
A candidata do Novo chegou à política após ter trabalhado com o economista Paulo Guedes, ex-ministro da Economia, durante a gestão dele no governo Jair Bolsonaro (2019-2022). Na ocasião, foi diretora de Desestatização da pasta, um cargo técnico e sem muito espaço nos holofotes.
Marina Helena e a política
Marina Helena busca apresentar aos eleitores a relação que construiu com a cidade de São Paulo, onde vive desde os 23 anos. Filha de Sérgio Cutolo dos Santos, que foi ministro da Previdência Social no governo Itamar Franco (1993-1994) e presidente da Caixa (1995-1999), ela nasceu em Brasília no dia 10 de setembro de 1980 e foi criada entre a capital federal e São Luís, no Maranhão.
A candidata do Novo relata ter fugido de casa no Maranhão, aos 13 anos, após sofrer um abuso, para viver com o pai em Brasília. Na capital federal, formou-se em economia pela Universidade de Brasília (UnB), mesma instituição por onde concluiu seu mestrado.
Ela se mudou para São Paulo para atuar no mercado financeiro, tendo sido CEO do Instituto Millenium e atuado na gestora Bozano com Paulo Guedes, o que lhe rendeu o convite para trabalhar no governo federal. À Justiça Eleitoral, Marina Helena declarou um patrimônio de R$ 9,7 milhões.
Filiada ao Novo desde 2018, ela é dirigente nacional do partido desde o ano passado. Marina Helena seria a vice-candidata do partido à Prefeitura de São Paulo em 2020, mas desistiu diante das polêmicas envolvendo inconsistências na declaração de bens e no currículo do então candidato Filipe Sabará, expulso da sigla após o episódio e hoje coordenador de campanha do influencer Pablo Marçal (PRTB), adversário dela na disputa.
Marina Helena e Marçal, inclusive, promoveram algumas dobradinhas nos debates dos quais participaram juntos este ano. O influenciador chegou a entrevistá-la para um podcast quando ambos já eram pré-candidatos à Prefeitura e a economista se aproveitou do bordão utilizado por ele – o “faz o M” de Marçal, virou “faz o M de Marina”.
Em 2022, a economista concorreu ao cargo de deputada federal e recebeu 50 mil votos, terminando como primeira suplente do Novo na Câmara. Já em 2024, foi a primeira mulher grávida a anunciar a pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo. Em março deste ano, Marina Helena deu à luz um menino, fruto de seu casamento com Luiz Guerra, CIO da gestora Logos Capital. O casal também tem uma filha de 7 anos.
Fonte: Oficial