Com perfil ativo nas redes sociais, o servidor público Edson Aparecido Campolongo, de 68 anos, que foi identificado na manhã de terça-feira (22/7) como autor de 17 ataques a ônibus em São Paulo, publica constantes críticas contra o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e contra o ministro Alexandre de Moraes.
No domingo (20/7), dois dias antes de ter sido levado à Delegacia Seccional de São Bernardo, na região metropolitana, na condição de investigado, ele estava compartilhando vídeos em seu Facebook.
Edson Campolongo mora em Taboão da Serra, também na Grande São Paulo, e trabalha há mais de 30 anos como motorista na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) — no último ano, trabalhou como funcionário direto do chefe de gabinete.
Leia também
-
São Paulo
Com 14 prisões e motivo incerto, ataques a ônibus em SP chegam a 530
-
São Paulo
Autor de 17 ataques a ônibus, motorista disse querer “consertar o país”
-
São Paulo
Ataques a ônibus: polícia não crê que autor queria “consertar o país”
-
São Paulo
Servidor do Estado está envolvido em ataques a ônibus, diz Tarcísio
Segundo a Polícia Civil, o investigado confessou ser o autor de pelo menos 17 ataques em São Bernardo do Campo, São Paulo e Santo André. Durante o interrogatório, Edson alegou que praticou os ataques para “consertar o Brasil” e “tirar o país do buraco”, mas reconheceu que “fez merda” e “não tem nada a ver o que fez”, disse o delegado seccional Domingos Paulo Neto.
Edson contou ainda ter recrutado o irmão, Sergio Aparecido Campolongo, de 56 anos, que participou de ao menos dois ataques. Ambos tiveram a prisão preventiva solicitada e acatada pela Justiça.
Identificação de autor de ataques a ônibus
O delegado seccional Domingos Paulo Neto informou que a polícia chegou até ele após identificar um carro Volkswagen Virtus branco que foi visto em diversos ataques. O veículo seria oficial do governo.
4 imagensFechar modal.1 de 4
Objetos apreendidos com suspeito de ataques a ônibus em SP
Divulgação/Polícia Civil2 de 4
Objetos apreendidos com suspeito de ataques a ônibus em SP
Divulgação/Polícia Civil3 de 4
Edson Campolongo
Divulgação/Polícia Civil4 de 4
Câmeras flagraram vandalismo
Divulgação/Polícia Civil
“Ele é motorista do chefe de gabinete [do CDHU]. Servia esse chefe há cerca de um ano. Por coincidência, este chefe de gabinete mora em São Bernardo e trabalha em um órgão público no centro de São Paulo. Todos os dias, esse veículo está em deslocamento de São Bernardo para a capital”, afirmou Paulo Neto.
Foram apreendidos bolas de aço, estilingues e apetrechos em endereços ligados a Edson. Ele disse na delegacia que parte dos objetos foi comprada ainda no ano passado e que escolhia os alvos “aleatoriamente”.
Em imagem capturada por uma câmera de segurança, o suspeito aparece lançando um coquetel molotov em um coletivo (veja abaixo). A jaqueta usada por ele nas imagens foi identificada como um indício de autoria.
Edson e o irmão, Sergio, podem responder por dano qualificado e atentado contra serviço de utilidade pública. Para a investigação, o fato de Edson ter realizado o vandalismo em série o diferencia dos demais suspeitos detidos em meio à onda de ataques, os quais foram flagrados em atos individuais.
Os investigadores não acreditam que a real motivação do servidor público seja “consertar o Brasil”.
Fonte: www.metropoles.com