Revitalização do Centro de São Paulo deve incluir ações integradas de inclusão social, políticas de habitação além de incentivos fiscais à iniciativa privada
A Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo (Setur-SP) realizou, na última quarta-feira (11), a segunda reunião do Conselho Gestor do Distrito Turístico Urbano do Centro. O encontro, promovido na sede da pasta, reuniu representantes do Governo do Estado, Prefeitura de São Paulo, sociedade civil e empreendedores para avaliar os resultados de 2024 e traçar ações estratégicas para 2025.
REDAÇÃO DO DIÁRIO com assessorias
Com avanços significativos, a revitalização do Centro de São Paulo vai além da expansão imobiliária. Embora 203 novos empreendimentos e 109 projetos de retrofit e expansão na Sé e República representem investimentos privados de R$ 1,7 bilhão, o verdadeiro desafio está em transformar o espaço em um território integrado, sustentável e socialmente inclusivo.
Investimentos e Segurança como Pilares de Reestruturação
A Setur-SP destacou que, nos próximos três anos, os lançamentos imobiliários devem injetar mais de R$ 5 bilhões na região, resultado da sinergia entre município e parceiros. A implantação de um circuito de câmeras de monitoramento 24 horas e o fortalecimento da parceria entre a Guarda Municipal e a Polícia Militar sinalizam o compromisso com a segurança – um aspecto essencial para a retomada do turismo e da convivência social no centro.
No entanto, ações como a regulamentação da Lei do Triângulo e Quadrilátero, que prevê incentivos fiscais, e a chamada pública para projetos de implantação de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) reforçam que a revitalização do Centro não pode se limitar à esfera econômica.
“A evolução dos indicadores revela como o centro vive um processo consistente de revitalização, o que se deve, principalmente, à sinergia com o município e parceiros que atuam na região”, afirmou o secretário e anfitrião do evento, Roberto de Lucena, da Setur-SP. O encontro teve a presença do vice-governador Felicio Ramuth; do secretário de Projetos Estratégicos, Guilherme Afif Domingos, de Rui Alves, secretário municipal de Turismo, empreendedores e convidados.
Saúde, Habitação e Inclusão Social no Foco
Para que o Centro se torne um ambiente acolhedor tanto para moradores quanto para turistas, é indispensável um olhar voltado à saúde pública e à habitação. A criação de novas unidades habitacionais, a ocupação equitativa dos espaços e a oferta de serviços essenciais para moradores em situação de vulnerabilidade devem integrar as metas de 2025.
A convivência entre grandes investimentos e a população que historicamente ocupa o Centro deve ser equilibrada com políticas de inclusão. Programas de habitação popular e acesso à saúde são medidas fundamentais para evitar processos de gentrificação que afastem os moradores mais vulneráveis e comprometam a autenticidade da região.
Revitalização do Centro de São Paulo: atração de Turismo e Resgate Cultural
Com mais de 50 atrações turísticas, incluindo o histórico Largo São Bento, o Pateo do Colégio e o Mercado Municipal, o Centro de São Paulo é um verdadeiro museu a céu aberto. Promover eventos culturais e revitalizar corredores turísticos é essencial para resgatar a conexão emocional dos visitantes com a cidade.
Além disso, iniciativas inovadoras como o transporte gratuito oferecido por redes hoteleiras a frequentadores de feiras no Expo Center Norte mostram como pequenos gestos podem contribuir para tornar o Centro mais atrativo e funcional.
O Futuro do Distrito Turístico Urbano do Centro
Criado em 25 de janeiro deste ano, o Distrito Turístico Urbano do Centro é um modelo de requalificação territorial que alia investimentos públicos e privados com o objetivo de aumentar o fluxo de turistas, gerar novos empregos e estimular a economia. Sua concepção busca equilibrar o desenvolvimento imobiliário com a ocupação sustentável, integrando segurança, habitação e oportunidades de negócios.
A próxima reunião, marcada para março de 2025, será uma nova oportunidade para fortalecer esse diálogo multissetorial, que deve continuar priorizando uma transformação ampla e inclusiva. Afinal, revitalizar o Centro de São Paulo não significa apenas criar uma nova paisagem urbana, mas também devolver à cidade um espaço plural, vibrante e acessível a todos.
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