As alergias alimentares não escolhem idade. Embora mais frequentes na infância, elas podem persistir ou surgir na vida adulta. A reação ocorre quando o sistema imunológico identifica erroneamente proteínas dos alimentos como ameaças, desencadeando sintomas que vão desde coceiras e erupções cutâneas até quadros graves como anafilaxia. “Essa hiperatividade imunológica pode ser perigosa e exige atenção imediata”, alerta a nutricionista Thais Lobo, professora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera.
Segundo a especialista, diversos fatores estão por trás das reações alérgicas. “A predisposição genética é um dos mais relevantes, principalmente quando há histórico familiar de alergias alimentares, asma, rinite ou dermatite atópica”, afirma. Além disso, o desequilíbrio da microbiota intestinal — frequentemente causado por estresse, uso de antibióticos ou consumo excessivo de álcool — e fatores ambientais como poluição e fumaça de cigarro, também contribuem para o surgimento do problema.
O amendoim, por sua vez, é um dos alérgenos mais perigosos, com risco elevado de anafilaxia — uma reação alérgica grave que pode ser fatal sem tratamento imediato. Frutos do mar, como camarões e mexilhões, também merecem atenção. “Eles são alérgenos comuns e podem causar desde inchaço e dificuldades respiratórias até choque anafilático”, reforça a nutricionista.
Por fim, o trigo aparece como um caso à parte. Frequentemente confundido com a doença celíaca, a alergia ao trigo é uma resposta imediata e clássica do sistema imunológico. “Enquanto a doença celíaca é uma reação autoimune ao glúten, a alergia ao trigo é mediada por IgE e responde a várias proteínas do grão”, esclarece Thais. O diagnóstico correto e o acompanhamento com profissionais da saúde são essenciais para manter a qualidade de vida e evitar riscos maiores.
