Atrasos variam de dois a três meses entre o elenco são-paulino; com dívida próxima de R$ 1 bilhão no começo da temporada, o clube não gastou com contratações e enxugou o elenco
O São Paulo tem atrasos no pagamento por direitos de imagem de seus jogadores. Ainda que os salários via carteira assinada estejam em dia, há parcelas complementares pendentes. Os atrasos variam de dois a três meses entre o elenco são-paulino. O São Paulo não vai se manifestar oficialmente e não confirma a dívida com os jogadores. Atletas e clubes costumam acertar o pagamento de salário em parte via CLT e outra fatia em direitos de imagens, com pagamentos para uma pessoa jurídica.
É esta segunda fração que costuma ter atrasos, já que a Lei Geral do Esporte prevê possibilidade de rescisão unilateral em casos de pelo menos dois meses consecutivos de atrasos em salário via carteira assinada. Se o atraso for igual ou superior a dois meses, o atleta pode se recusar a treinar e competir sem sofrer punição.
Em contraponto, o ‘bicho’ pago pela diretoria aos jogadores foi levemente reajustado, ainda antes da derrota para o Mirassol, no domingo. Uma nova reunião deve ocorrer nesta terça-feira. O presidente Júlio Casares quer aumentar a presença no CT da Barra Funda. Para isso, ele ‘convocou’ também o CEO do São Paulo, Márcio Carlomagno, que também costuma ter o expediente no MorumBis, para o CT. O clube sonha com uma vaga na Libertadores, o que ficou mais distante após três derrotas nas últimas três rodadas
Segundo cálculos do Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o São Paulo tem 4,4% de chances de classificar para a competição continental. A crise financeira deu o tom do ano do São Paulo. Com dívida próxima de R$ 1 bilhão no começo da temporada, o clube não gastou com contratações e enxugou o elenco. Controversas vendas de joias formadas pelo clube foram alternativas para fazer caixa
A austeridade é também uma das exigências do Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC), gerido por Galápagos e Outfield e que amortiza a dívida do clube com bancos e instituições financeiras. Em relatório divulgado neste mês, é apontado que o São Paulo clube teve uma queda de R$ 56 milhões em seu endividamento, apesar de ter um aumento nos gastos relacionados ao futebol.
Até outubro, o endividamento total do São Paulo caiu de R$ 968 milhões, registrado em dezembro de 2024, para R$ 912 milhões. Essa queda foi impulsionada pelo endividamento bancário, que sofreu uma redução de 22% no período (R$ 259,2 milhões para R$ 202,2 milhões). O relatório também ressalta que o clube conseguiu quitar parcelamentos bancários, dívidas fiscais e pagamentos referentes a direitos federativos, que totalizavam R$ 17,2 milhões da dívida.
Uma das propostas para aumentar a arrecadação é o Fundo de Investimento em Participações (FIP) de Cotia. Na prática, o centro de formação da base são-paulina seria apartado do clube e teria um investidor externo, que dividiria também os rendimentos. O assunto era debatido informalmente, antes de ser de fato apresentado em sessão no Conselho Deliberativo, mas a estratégia agora é aguardar o fim da temporada.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Fonte: jovempan.com.br