O Shopping Iguatemi entrou na Justiça para despejar a Americanas do imóvel que ocupa na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, em virtude de aluguéis atrasados. O valor da ação é de R$ 2,9 milhões, correspondente a um ano de aluguel.
O processo foi movido pelo escritório Lobo&Lira Advogados e protocolado na 33ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo. O jornal Valor Econômico publicou a notícia na última quinta-feira, 29.
A dívida de aluguéis atrasados da Americanas com o shopping é de R$ 662,2 mil. A ação foi incluída no processo de recuperação judicial da varejista.
Plano de recuperação da Americanas
Em dezembro, a assembleia geral de credores aprovou um plano de recuperação judicial que prevê deságios de 50% a 80% das dívidas, a serem pagas entre quatro e 20 anos.
Em nota, a Americanas afirmou que “segue pagando seus fornecedores rigorosamente em dia e sem atrasos”.
“A companhia informa que a unidade localizada no shopping em questão continua operando normalmente e que já apresentou defesa contra a ação mencionada”, informou a empresa. “A Americanas reitera que os créditos concursais referentes à recuperação judicial estão devidamente endereçados no cronograma de pagamentos já em execução.”
Na ação de despejo, o shopping alega que a Americanas está desabastecida e desorganizada, com desempenho de vendas muito inferior ao de outras lojas do mesmo centro comercial.
Valor do aluguel
O aluguel do espaço ocupado pela Americanas é de R$ 248 mil. A companhia propôs renovar o contrato de locação por cinco anos, a partir de janeiro de 2024, pelo valor de R$ 180 mil mensais. O Iguatemi, no entanto, rejeitou a proposta.
O shopping pretende usar a área para abrir sete novas lojas. Trata-se de um projeto que, segundo a defesa do Iguatemi, pode gerar um ganho adicional de aproximadamente R$ 24 milhões em quatro anos.
Antes da crise desencadeada pela descoberta de uma fraude de R$ 25,3 bilhões nos balanços da Americanas, a loja era uma das âncoras do Iguatemi.
Contudo, seu atual mix de produtos, focado em guloseimas, higiene e beleza, utilidades domésticas e brinquedos, não atrai mais o público da mesma forma que antes.
Fonte: Oficial