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Fitch mantém nota da dívida brasileira e não prevê mudanças

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Fitch mantém nota da dívida brasileira e não prevê mudanças

A agência de classificação de risco Fitch manteve a nota da dívida pública brasileira dois níveis abaixo do grau de investimento. A agência reafirmou a perspectiva estável da classificação, indicando que não pretende mudar a nota nos próximos meses.

O grau de investimento representa a garantia de que um país não corre o risco de dar calote na dívida pública.

Em comunicado, a agência citou quatro fatores para a manutenção da nota: alto e crescente nível de dívida pública, rigidez orçamentária, baixas pontuações de governança e crescimento potencial relativamente baixo da economia brasileira.

A Fitch também citou as eleições presidenciais de 2026 como fator que pode adiar a resolução dos problemas fiscais para 2027. A agência mencionou ainda as recentes dificuldades na relação do governo com o Congresso.

O Ministério da Fazenda não se manifestou sobre a manutenção da nota da dívida brasileira.

Histórico

Em julho de 2023, a Fitch elevou a nota da dívida brasileira para dois níveis abaixo do nível do grau de investimento. A agência considera estável a perspectiva para a nota brasileira, sem a intenção de mudar a classificação nos próximos meses.

Em relação às outras agências de classificação de risco, em dezembro de 2023, a S&P elevou a nota da dívida brasileira de três níveis para dois níveis abaixo do grau de investimento. A nota do país foi mantida no início deste mês . Em 2018, a classificação estava três níveis abaixo do grau de investimento.

No fim de maio, a agência de classificação de risco Moody’s reduziu a perspectiva da nota da dívida soberana brasileira de positiva para estável. Como a nota de crédito do Brasil está um nível abaixo do grau de investimento, a decisão eliminou a possibilidade de o país obter o selo de bom pagador até o fim do governo.

Fonte oficial

Dólar sobe para R$ 5,55 com votação de decreto do IOF

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Dólar sobe para R$ 5,55 com votação de decreto do IOF

Em dia de atrito entre o governo e o Congresso, o dólar subiu e fechou no maior nível em 15 dias. A bolsa de valores caiu e atingiu o menor nível desde o início de junho.

O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (25) vendido a R$ 5,554, com alta de R$ 0,035 (+0,63%). A cotação abriu em alta. Na máxima do dia, por volta das 12h30, chegou a R$ 5,57, antes de desacelerar ao longo da tarde.

A moeda norte-americana está no maior nível desde 10 de junho. Apesar da alta de hoje, a divisa tem queda de 2,87% em junho e 10,11% em 2025.

O mercado de ações também teve um dia intenso. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 135.768 pontos, com queda de 1,02%. O indicador está no menor nível desde 9 de junho.

A decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Repúblicanos-PB), de pautar para esta quarta-feira a votação do projeto que derruba o decreto que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) provocou turbulências no mercado financeiro. Se o decreto for derrubado, a arrecadação do governo deverá ter prejuízo de R$ 7 bilhões a R$ 10 bilhões em 2025.

O projeto está sendo votado nesta noite na Câmara e tem a possibilidade de ser votado ainda nesta quarta pelo plenário do Senado. Com a perda de receitas, o governo tem três opções para cumprir as metas de resultado primário do arcabouço fiscal.

A primeira opção é contingenciar (bloquear temporariamente) mais recursos do Orçamento. A segunda consiste na aprovação uma medida provisória que autoriza a venda de óleo da União em áreas adjacentes aos campos de Tupi, Mero e Atapu, no pré-sal, e pode render R$ 20 bilhões ao governo. A terceira é o recebimento de dividendos extraordinários de estatais.

*Com informações da Reuters
 

Fonte oficial

Frutas e verduras na mira das dietas: por que eliminá-las pode ser um erro perigoso

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Frutas e verduras na mira das dietas: por que eliminá-las pode ser um erro perigoso

Enquanto movimentos alimentares radicais ganham espaço nas redes sociais — como é o caso da chamada “dieta carnívora” —, especialistas em saúde reforçam um alerta: eliminar frutas e verduras do cardápio pode trazer sérios prejuízos à saúde. Em contrapartida às tendências que defendem a exclusão desses alimentos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) segue recomendando o consumo diário de pelo menos quatro porções de hortaliças e frutas.

A justificativa para isso está embasada em inúmeras pesquisas. Um levantamento publicado em abril na revista científica Food Science & Nutrition destacou os impactos positivos do consumo de frutas na microbiota intestinal, trazendo efeitos colaterais benéficos ao sistema imunológico. “A combinação de vitaminas, sais minerais e compostos de ação antioxidante favorece a microbiota intestinal”, explica o nutrólogo Celso Cukier, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Esse ecossistema equilibrado no intestino atua na prevenção da disbiose, uma condição caracterizada pela predominância de microrganismos patogênicos sobre os benéficos. A disbiose aumenta a permeabilidade intestinal, o que facilita a entrada de toxinas na corrente sanguínea e pode desencadear processos inflamatórios.

Estudos também apontam que a boa saúde intestinal está diretamente relacionada à resposta imune do organismo. Quando a microbiota está em equilíbrio, a produção de células imunológicas tende a aumentar, oferecendo maior resistência a infecções como gripes e resfriados.

Entretanto, os benefícios só se manifestam plenamente quando aliados a um estilo de vida saudável, que inclua alimentação equilibrada, prática de atividade física, sono de qualidade e controle do estresse.

O nutrólogo reforça ainda que, como em qualquer aspecto da alimentação, moderação é fundamental. “Ainda que as frutas apresentem benefícios, não dá para exagerar no consumo”, pondera Cukier. Ele chama atenção para pessoas com diabetes ou problemas renais, que devem sempre consultar profissionais de saúde para adaptar o consumo às suas necessidades.

E a polêmica da frutose?
Nos últimos anos, a frutose — açúcar natural presente nas frutas — tem sido apontada, erroneamente, como vilã da alimentação saudável. De fato, o consumo excessivo de frutose pode levar ao aumento de peso, mas o problema está nos produtos ultraprocessados, não nas frutas em si.

Refrigerantes, cereais industrializados, achocolatados e doces em geral frequentemente utilizam a frutose como adoçante concentrado, elevando seu teor a níveis prejudiciais. Já nos frutos naturais, a quantidade de frutose é bem menor e, graças à presença de fibras e compostos bioativos, sua absorção é mais lenta, evitando picos glicêmicos.

Descubra 5 benefícios do mamão e um alerta importante sobre a fruta

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Descubra 5 benefícios do mamão e um alerta importante sobre a fruta

O mamão é uma das frutas tropicais mais presentes nas casas brasileiras e há motivos de sobra para isso. Nutritivo, acessível e versátil, ele combina baixo valor calórico com alta concentração de vitaminas, fibras e compostos antioxidantes. No entanto, para aproveitar todos esses pontos positivos, é preciso ficar atento a formas corretas de consumo e possíveis efeitos adversos, principalmente relacionados às sementes e ao excesso.

Segundo a nutricionista Fabiana Corcovado, do Hospital Albert Einstein, “é uma excelente fonte natural de fibras alimentares, fundamentais para o bom funcionamento intestinal, e apresenta uma combinação variada de vitaminas e minerais essenciais para a saúde”. Confira os principais benefícios do mamão:

  • Melhora da digestão: contém papaína, enzima que ajuda a quebrar proteínas e facilita o trânsito intestinal;
  • Ação antioxidante: rico em vitamina C, licopeno e carotenoides que combatem o envelhecimento precoce;
  • Fortalece o sistema imunológico: 100g da fruta suprem a necessidade diária de vitamina C;
  • Protege os olhos: betacaroteno e outros carotenoides colaboram com a saúde ocular;
  • Faz bem ao coração: fibras, potássio e antioxidantes ajudam no controle da pressão e colesterol.

A forma ideal de comer o mamão é in natura, mas ele também pode ser ingerido com iogurte, chia, leite em pó, água de coco, leite e até outras frutas como ameixa seca, laranja e limão. Mas atenção! As sementes não devem ser consumidas cruas, já que contêm substâncias que podem causar irritação gástrica, vômitos e diarreia. Elas só devem ser usadas secas e trituradas como tempero já que elas têm sabor parecido com pimenta-do-reino.

Além disso, é importante evitar o consumo do mamão verde, que contém látex e enzimas capazes de causar náuseas e desconfortos gastrointestinais. E como qualquer fruta, o mamão deve ser lavado antes do consumo e conservado corretamente, de preferência sob refrigeração.

Segundo a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos, uma porção de 100g de mamão-papaya oferece: 45 kcal, 1 g de fibras, 57,3 mg de vitamina C (127% do valor diário recomendado), 489 mg de betacaroteno, 171 mg de potássio, 24 mg de cálcio e 18 mg de magnésio.

Além dos nutrientes, o mamão também fornece compostos bioativos que ajudam a proteger o organismo contra doenças como diabetes, Alzheimer, problemas hepáticos e até câncer.

“Os carboidratos, vitaminas e minerais contribuem na prevenção do aparecimento de sinais e sintomas clínicos de deficiência de nutrientes”, explica o nutricionista Paulo Sérgio Loubet Filho, doutorando em Nutrição pela UNICAMP.

Árvores gigantes da Amazônia: entre o fascínio e a falta de proteção

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Árvores gigantes da Amazônia: entre o fascínio e a falta de proteção

O ano era 2022 e um avião sobrevoava a Amazônia. Na ponta de suas asas, equipamentos eletrônicos mapeavam o tapete verde. O objetivo? Descobrir onde estavam os gigantes da floresta.

Os cientistas já tinham uma suspeita. Alguns anos antes, indícios de que as maiores árvores do Brasil poderiam estar na Calha Norte, o bloco de florestas de cerca de 39 milhões de hectares entre o norte do Pará e o Amapá. Naquele mesmo ano, duas árvores da mesma espécie, angelim-vermelho, foram descobertas e catalogadas entre as maiores do mundo.  Uma fica no Pará e tem 88,5 metros de altura, duas vezes e meia a altura do Cristo Redentor. A outra fica no Amapá, tem 85,44 metros de altura. As duas ficam em Unidades de Conservação. A descoberta era fantástica e ao mesmo tempo preocupante. A razão? As duas estão ameaçadas.

A maior delas, identificada inicialmente na Floresta Estadual do Paru, no Pará, foi considerada não apenas a maior do Brasil, mas também a quarta maior árvore do mundo. A notícia repercutiu pelo mundo e era tão assombrosa que ambientalistas se reuniram pedindo que a gigante de mais de 500 anos fosse melhor protegida, o que levou à criação do Parque Estadual das Árvores Gigantes em parte da área, em 2024. Na teoria, a Unidade de Conservação de proteção integral garantiria que o angelim-vermelho permanecesse em pé. Na prática, porém, a UC divide atenção do gestor com três florestas estaduais (Paru, Faro e Trombetas), uma área enorme para um número pequeno de servidores, sobretudo com a falta de investimentos, ameaças de grilagem, fogo e garimpo ilegal.

No Amapá, sua parente próxima, outra gigante de 85 metros de altura, não se encontra em situação melhor. Localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru, no Amapá, ela corre risco imediato devido ao garimpo ilegal, que hoje opera a um quilômetro de suas raízes.

Além disso, os estudos que identificaram essas duas gigantes ainda estão em desenvolvimento, porém apenas 1% da Floresta Amazônica foi mapeada, ou seja, outros gigantes possivelmente encontram-se ainda desconhecidos pela ciência em meio à mata, mas, considerando a realidade do bioma, podem já estar na mira do correntão, do garimpo e do fogo.

Além disso, a retirada e comercialização do angelim-vermelho é permitida por lei e é comum, ao transitar pela região, encontrar caminhões carregados de toras da espécie, com selo de comercialização. Ver um caminhão, às vezes, carregando a tora de uma única árvore é chocante. Centenas de anos de crescimento e evolução, verdadeiros testemunhos do tempo, mortos e prontos para virar a mesa de alguém. Quando as árvores foram identificadas por pesquisadores, o estado do Amapá aventou a possibilidade de uma normativa para a proteção da espécie. Porém, a iniciativa não vingou e as árvores continuam desamparadas. Como na prática não há uma definição legal do que seria uma “árvore gigante”, qualquer exemplar que não esteja dentro de uma Unidade de Conservação corre o risco de virar tábua, mesmo que tenha mais de 400 anos e seja maior do que aquela descoberta em 2022.

Para piorar, a falta de investimento e fiscalização coloca em risco mesmo aquelas que deveriam estar protegidas nas UCs. A Floresta Estadual do Paru já teve mais de 500 CARs registrados de forma ilegal em sua área. Uma ação do Governo do Pará diminui essa ameaça em 2022, mas em 2024, quando da criação do Parque Estadual das Árvores Gigantes em parte desse território, representantes do “setor do garimpo” que participaram da consulta pública questionaram abertamente a necessidade de proteger cerca de 500 mil hectares, uma vez que a árvore em si ocupava um território pequeno. No entendimento dos ilegais, a presença do Parque traria danos aos “seus negócios”.  A promessa do governo do Pará na época era levar incentivos econômicos por meio do turismo para a região.

Passado quase um ano da criação do Parque, pouco se ouviu falar do assunto. Assim como pouco se ouve falar de operações de fiscalização na região, onde o garimpo e a grilagem prosperam.

Com um número maior de servidores dedicados a cada uma das UCs da região, as árvores gigantes e todo o ecossistema que as circunda estariam mais protegidas tanto do desmatamento para grilagem, como da mineração e a população teria a oportunidade de descobrir fontes de renda a partir da floresta conservada. Com leis fortes e específicas para proteger tanto o angelim-vermelho quanto outras espécies gigantes, como a castanheira, o  corte e a venda destas árvores, inclusive legalmente, seria controlado.

A falta de proteção e o corte descontrolado quase levaram espécies como o pau-brasil (Caesalpinia echinata ou Paubrasilia echinata) e a araucária (Araucaria angustifolia) à extinção. O pau-brasil, na verdade, chegou a ser declarado extinto no início do século XX, mas foi redescoberto em Pernambuco em 1928 e hoje poucos e raros exemplares são encontrados, especialmente em Unidades de Conservação. Já a araucária, antes abundante, especialmente na região sul, hoje resta em somente 0,8% de florestas primárias em que ocorrem, enquanto a árvore é considerada “em Perigo Crítico de Extinção”.

O Brasil, único país com nome de árvore, ao longo dos últimos 525 dizimou quase em sua totalidade a Mata Atlântica e possivelmente deixou de conhecer riquezas imensuráveis. No ano da “COP da Floresta”, a pergunta que fica é: para as gigantes da Amazônia o futuro será diferente ou, assim como na Mata Atlântica, a enormidade do verde da nossa bandeira será apenas uma lembrança presente nos livros de história?

As opiniões e informações publicadas nas seções de colunas e análises são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente representam a opinião do site ((o))eco. Buscamos nestes espaços garantir um debate diverso e frutífero sobre conservação ambiental.

Governo aumento mistura do etanol na gasolina para 30%

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Governo aumento mistura do etanol na gasolina para 30%

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou, nesta quarta-feira (25), o aumento da mistura obrigatória de etanol na gasolina, que passará de 27% para 30%. Foi autorizado também a elevação do valor no biodiesel no diesel, dos atuais 14% para 15%.

Os novos percentuais entram em vigor a partir de 1º de agosto. A reunião do conselho teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Alexandre Silveira.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, com a nova mistura de 30% de etanol na gasolina, o Brasil voltará a ser autossuficiente em gasolina após 15 anos. Estima-se que o preço do combustível pode cair até 20 centavos nos postos. A expectativa do governo federal é investimentos na ordem de mais de R$ 10 bilhões e geração de 50 mil postos de trabalho com a mudança.

“A implementação do E30 [etanol] e do B15 [biodiesel] reduz a dependência brasileira em combustíveis fósseis, diminuindo a necessidade de importações, principalmente, em um momento de incertezas no mercado global. As medidas também ampliam o uso de combustíveis renováveis produzidos no Brasil, fortalecendo a produção nacional e contribuindo, ainda, para a redução de emissões e o desenvolvimento econômico do país”, diz nota divulgada pelo ministério.

Testes feitos pelo Instituto Mauá de Tecnologia apontam que o E30 é seguro e pode ser adotado imediatamente sem causar danos aos veículos e consumidores. 

A Frente Parlamentar do Biodiesel (FPBio) celebrou a medida, argumentando que preserva o Brasil diante dos choques do cenário externo, regula preços de alimentos e possibilitará investimentos de R$ 200 bilhões no setor.

* Com informações do Ministério de Minas e Energia 

Fonte oficial

Arraiá dos CEUs encerra temporada junina com grande festa no Parque Júlio Fracalanza

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Arraiá dos CEUs encerra temporada junina com grande festa no Parque Júlio Fracalanza

O Parque Júlio Fracalanza, na Vila Augusta, recebe o Arraiá dos CEUs com um grande encerramento da temporada junina e muita festa neste final de semana, sábado (28), das 15h às 22h, e domingo (29), das 13h às 20h. A programação gratuita conta com atrações especialmente elaboradas para diversão e entretenimento de toda a família.

 

Quem passar pelo parque neste final de semana vai conferir uma festa cheia de sabores e coloridos, barracas de comidas típicas, performances artísticas, convidados especiais e muitas brincadeiras para a criançada e toda a família. 
 

No sábado, o Trio Nortista sobe ao palco a partir das 16h, o grupo Forró de Interior às 17h40, o Forró Saruê às 19h30 e a Comitiva Turma do Country embala a festança com muito sertanejo, piseiro, forró e bailão a partir das 21h.

 

A programação musical no Parque Júlio Fracalanza também promete um domingo agitado com show do músico Thiago Lima às 15h40, quadrilha junina Asa Branca às 17h20 e show da cantora Evelin    Cambuy a partir das 18h20, em um grande encerramento do Arraiá dos CEUs.

 

Realizado pela Prefeitura de Guarulhos, por meio da Secretaria de Educação, o Arraiá dos CEUs já reuniu mais de 25 mil pessoas, que aproveitaram os momentos inesquecíveis da festa no Cemear e nos CEUs Bonsucesso e Paraíso-Alvorada.  
 

Serviço

 

O Parque Júlio Fracalanza fica na Rua Joaquim Miranda, 471 – Vila Augusta.

 

 

Fotos: Gezer Amorim/PMG

Entre buracos e tremores de terra, povoados enfrentam o avanço da mineração na Bahia

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Entre buracos e tremores de terra, povoados enfrentam o avanço da mineração na Bahia

A Bahia é um dos estados brasileiros com maior quantidade e variedade de comunidades tradicionais e indígenas, incluindo uma vultosa população quilombola. Não raro, essas pessoas são alvo de conflitos ligados à disputa por terras, reconhecimento de direitos e recursos naturais. 

Um desses palcos é o centro-norte baiano, onde esses povos tentam fazer frente ao avanço descontrolado da mineração. Entre os principais problemas estão o assoreamento e poluição de rios, a seca de nascentes, o desmate e ameaças de expulsão de seus territórios.

A extração inclui pedras ornamentais, calcário, ouro, ferro, quartzito e cobre – ambos com alta demanda para a transição energética – e tem deixado marcas visíveis na paisagem, como crateras espalhadas ao norte da Serra do Espinhaço, a maior cordilheira do Brasil. 

Municípios como Andorinha, Campo Formoso, Curaçá, Juazeiro, Uauá, Jacobina e Senhor do Bonfim estão entre os mais afetados, segundo o movimento de voluntários Salve as Serras (SAS).

“Aqui tá virando uma buraqueira em todo o lugar”, resume uma fonte ligada a uma prefeitura regional que pediu para não ser identificada, para não se tornar alvo de retaliações. 

Pilotada por empresas brasileiras e internacionais, a exploração põe em xeque o futuro de comunidades quilombolas, indígenas e rurais, como as de fundo e fecho de pasto – quase exclusivas do estado –, que criam animais, plantam alimentos e ervas medicinais em territórios coletivos.

Conforme Antônio Célio de Castro, agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), a região é palco da invasão de territórios e da intimidação de pessoas que, muitas vezes, desconhecem seus direitos e os impactos gerais da mineração. 

Segundo ele, explosões e escavações estressam e tiram o sono de moradores, matam nascentes e poluem águas – usadas pelo agro e pequenos produtores –, provocam doenças respiratórias e forçam pessoas a deixar o campo rumo às cidades. “Daqui a pouco, não teremos mais gente nas comunidades”, desabafa.

A mineração foi liberada inclusive perto de um rio e de uma cachoeira usados por residentes e turistas próximos ao povoado dos Betes. Lá – diz o Salve as Serras – é produzido o alfenim, um doce baseado em açúcar de cana e água, moldado em formas de animais, flores e pessoas.

Conforme uma liderança comunitária que não será nomeada, para sua segurança, a degradação de nascentes e rios pode tirar água de muitos municípios. Segundo a fonte, a degradação socioambiental se agrava, mas as autoridades públicas não agem. 

“Tá tudo esbagaçado e destruído pelas mineradoras. Todo mundo faz corpo mole onde tem dinheiro”, diz.

O cenário é reforçado pelo vereador José Rodrigues dos Santos Neto (PC do B), o mais votado nas últimas eleições em Antônio Gonçalves. Ele alerta que a mineração desregrada prejudica nascentes que mantêm o Rio Itapicuru, que cruza 51 cidades até desaguar no mar. “Os danos serão estaduais”, alerta.

Produção do alfenim na comunidade dos Betes, entre as baianas Jaguarari e Senhor do Bonfim. Foto: Movimento Salve as Serras / Divulgação

Negativa atropelada

Um dos maiores polos da mineração no centro-norte baiano é Jaguarari. Grande parte dos moradores depende da atividade, o que abafa reclamações e denúncias sobre danos socioambientais. Só uma empresa no município tem 3,2 mil colaboradores, de diretos a terceirizados.

“Prefeitura e vereadores só favorecem as mineradoras”, afirma a fonte regional que pediu anonimato. “Comunidades tradicionais não são consultadas para os empreendimentos e nem têm ações de proteção. É assustador”, reclama.

Ameaças como essas seriam ligadas à precariedade dos licenciamentos. Atento ao problema, o Ministério Público Estadual (MP/BA) acompanha o cumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para regularizar esses procedimentos em Jaguarari. 

Contudo, em junho o MP/BA identificou “indícios de descumprimentos do acordo por parte do município” e fixou prazo – até 11 de julho deste ano – para ajustes no licenciamento municipal, incluindo a estruturação do órgão ambiental e uma “atuação efetiva do Conselho Municipal de Meio Ambiente”.

As medidas resultam de uma ação civil, já concluída, na qual o Ministério Público acusou a Mineração Jaguarari e a prefeitura de violar a lei em autorizações para mineração sem licenciamento adequado e plano de recuperação ambiental.

A companhia afirmou desconhecer licenças com desvios legais, que todos os documentos, projetos, planos e taxas foram apresentados e pagos ao órgão ambiental, e ainda que áreas degradadas serão recuperadas após o fim da extração, “conforme critérios e responsabilidades solicitadas”.

A empresa diz atender medidas de controle ambiental e sustentabilidade e salienta que sua atividade é “extremamente regulada, fiscalizada, e no caso da mineração de rocha natural, ela pode compreender tanto baixo quanto médio impacto, não podendo ser comparada com outras espécies de mineração de maior porte”. 

A Prefeitura de Jaguarari não atendeu aos nossos pedidos de entrevista até o fechamento da reportagem. O canal segue aberto.

Contudo, no período de vigor do TAC com o Ministério Público, entidades civis e ativistas identificaram ao menos uma licença para mineração de quartzito emitida – para outra empresa – mesmo após uma negativa do Conselho Municipal de Meio Ambiente.

Episódios como esses fizeram o vereador José Rodrigues dos Santos Neto (PC do B) avaliar que há um alinhamento entre mineradoras, interessadas em explorar o máximo de recursos, e prefeituras, dispostas a engrossar a arrecadação de impostos e os financiamentos de campanhas.

“Temos um cenário regional de muita falta de fiscalização, de licenciamento da mineração pelos mesmos órgãos públicos que fazem vista grossa aos prejuízos que ela causa à população e ao meio ambiente. A atividade poderia ser mais controlada”, ressalta.

Outro caso averiguado é a extração ilegal de quartzo verde para a China. O crime era cometido por locais e estrangeiros, numa fazenda no mesmo município. “As investigações continuam visando identificar os principais receptadores e eventuais financiadores da atividade ilícita”, afirma a Polícia Federal na Bahia.

“Ouro por vezes encontrado junto com quartzito é separado com mercúrio, aumentando as chances de contaminação de ambientes e de rios”, alerta o vereador Santos Neto. A substância causa uma série de doenças, inclusive neurológicas.

A Bahia é um dos líderes nacionais na produção de minérios, junto com estados como Minas Gerais e Pará. De acordo com a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), ao menos 240 municípios já foram alvo de projetos minerários – ou 58% dos 417 municípios no estado.

Em 2023, a produção mineral baiana comercializada faturou R$ 9,74 bilhões. Além do consumo interno, as exportações desses produtos alcançam países como Estados Unidos, China, Canadá, Itália, Coréia do Sul, Finlândia, Suíça e Emirados Árabes, apontam dados do governo estadual. 

Diante dos altos lucros da mineração, o vereador Santos Neto, do município de Antônio Gonçalves, afirma que as cidades e suas gentes recebem poucos retornos. “Não têm uma estrada que preste”, diz. “Quando o ciclo econômico dos minérios acabar, ficará só o estrago”. 

Cenários da mineração em municípios do centro-norte baiano. Fotos: Thomas Bauer / CPT/H3000

Maior abalo 

Décadas de profundas e longas escavações – algumas galerias se espalham por quase 150 km – podem estar sacudindo a terra na Caatinga baiana. Em meados do ano passado, um tremor de 3,6 na escala Richter abalou um distrito de Jaguarari, junto a uma extração de cobre. O evento foi o maior já registrado no estado.

O episódio e a disparada da atividade sísmica – os tremores são quase diários nos últimos anos, diz o movimento Salve as Serras – fez a Sociedade Brasileira de Geologia e as universidades Federal da Bahia e estadual de Feira de Santana defenderem a paralisação das atividades em áreas mais sensíveis.

“As escavações (…) podem fragilizar ainda mais o terreno e a ocorrência de sismos é comum, potencializando ainda mais a ocorrência desses acidentes”, destaca uma nota técnica das entidades.

Isso compõe um cenário de ameaças crescentes a trabalhadores e moradores numa região com solos naturalmente frágeis. Além disso, Jaguarari tem a maior barragem de rejeitos secos de mineração da América Latina.

Belezas regionais como a Serra do Piancó, em Jacobina (BA), fazem parte da grande Serra do Espinhaço. Foto: Relatório Técnico para criação da Apa das Nascentes das Serras De Jaguarari / Movimento Salve as Serras / Univasf / UNEB / Sema/Jaguarari

Proteção emperrada

A mineração desregrada avança mesmo que grande parte do centro-norte da Bahia tenha alta prioridade para conservar a biodiversidade, como mapeou o governo federal, e esteja dentro da Reserva da Biosfera da Caatinga, reconhecida pelas Nações Unidas em 2001.

Tentando mudar esse cenário e aquecer economias alternativas à predominância das atividades agropecuária e mineral, entidades civis, comunidades tradicionais e moradores tentam implantar uma trilha para ecoturismo, através de 5 municípios regionais. 

A rota para caminhadas e pedaladas, todavia, enfrenta resistências de fazendeiros e de empresas da mineração e da geração de energia eólica. 

Rio poluído por resíduos da mineração no centro-norte da Bahia. Vídeo: Movimento Salve as Serras / Divulgação 

Barreiras similares foram erguidas contra o desenho de uma Área de Proteção Ambiental (APA), a menos restritiva a atividades humanas dentre os tipos de unidades de conservação. Ela seria a primeira reserva ecológica de Jaguarari, com 6,7 mil hectares.

Além de organizar usos humanos, ela abrigaria dezenas nascentes – que mantêm os rios regionais –, cenários naturais, espécies animais e de plantas. Sem isso, populações rurais e tradicionais e a biodiversidade da Caatinga serão ainda mais prejudicadas. 

A área de proteção ambiental também poderia frear o desmate naquele epicentro nordestino da mineração. Conforme o MapBiomas, a cobertura de vegetação natural de Jaguarari cai mais fortemente desde 2015, dando lugar sobretudo às pastagens para gado.

“Preservar as nascentes e o território das comunidades é preservar a vida do povo”, resume Antônio Célio de Castro, agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT). “A unidade de conservação protegeria a mata e as águas, mas isso não respeitam”.

Confira aqui alguns documentos avaliados para esta reportagem.

Febraban vê risco no uso de bets para lavagem de dinheiro do crime

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Febraban vê risco no uso de bets para lavagem de dinheiro do crime

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, manifestou preocupação com o uso das apostas esportivas online, as chamadas bets, para a lavagem de dinheiro. Segundo ele, poder público e sociedade precisam atuar de forma conjunta para evitar que esse tipo de jogo seja usado como ferramentas de operação financeira para atividades ilícitas.

“Os jogos on-line de apostas são um canal de risco para lavagem de dinheiro. Estado e o setor privado precisam agir com firmeza para não permitir que o crime organizado os use para ampliar seus tentáculos e suas operações financeiras”, disse o presidente da Febraban nesta quarta-feira (25), durante seminário sobre lavagem de dinheiro e enfrentamento ao crime organizado no Brasil, em Brasília. 

O evento foi promovido pelo Instituto Esfera Brasil e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Isaac Sidney lembrou que a atividade é fruto de uma decisão legislativa. 

“Há muito a ser feito sob o ponto de vista regulatório e de fiscalização. O poder público precisa separar joio do trigo e cuidar da saúde mental das pessoas”, acrescentou ao lembrar que, além do risco de serem usadas para lavar dinheiro advindo do crime, as bets representam risco para pessoas viciadas em jogos.

“Vemos um bombardeio de publicidade, enquanto empresas se movimentam nas sombras, até para ganhar em cima de pessoas com vulnerabilidade”, completou.

 

Fonte oficial

Caixa dá até 90% de desconto em dívidas renegociadas por clientes

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Caixa dá até 90% de desconto em dívidas renegociadas por clientes

Tudo em Dia Caixa é o nome da campanha que a Caixa Econômica Federal lançou para  ajudar os clientes (pessoas físicas e empresas) a quitarem suas dívidas comerciais, com até 90% de desconto.

O banco público estima que cerca de 5,8 milhões de clientes, sendo 5,3 milhões de pessoas físicas e 476 mil pessoas jurídicas, podem regularizar seus débitos, abrangendo um total de 8,5 milhões de contratos.

Mais de 85% dos clientes deste público alvo da campanha podem liquidar suas dívidas pagando até R$ 2 mil, calcula a instituição financeira. Não há limite de dívida.

Após o pagamento do boleto, o contrato é confirmado. Com isso, o nome do cliente será retirado dos cadastros de restrição de crédito (como SPC/Serasa) em até cinco dias úteis e a pessoa volta a ter acesso a crédito.

Onde negociar

As negociações dos débitos em atraso podem ser podem ser realizadas presencialmente por canais digitais e remotos do banco. São eles:

  • em qualquer agência bancária da Caixa Econômica Federal;
  • em casas lotéricas, é possível ter acesso às condições especiais para quitação de valores até R$ 5 mil reais, informando o Cadastro de Pessoa Física (CPF);
  • no site da campanha Tudo em Dia Caixa;
  • pelo aplicativo Cartões Caixa;
  • pelo WhatsApp 0800 104 0104, disponível de segunda a sexta, exceto feriados (das 8 horas às 18 horas);
  • pelo telefone Alô Caixa: 4004 0104 (para ligações feitas a partir de uma das 27 capitais) e 0800 104 0 104 (demais localidades), entre 8 horas e 20 horas.

Durante o período da campanha, o caminhão Tudo em Dia Caixa estará presente em várias cidades prestando atendimento em locais de fácil acesso. A rota atualizada com as cidades que receberão o caminhão pode ser consultada no site da Caixa.

Outras dívidas

As dívidas em atraso fora da campanha de descontos e aquelas de contratos habitacionais também podem ter condições de especiais para negociação, esclareceu o banco.

Para estes casos, a Caixa também disponibiliza:

  • renegociação de dívidas em até 120 meses (10 anos);
  • parcelamento das faturas e de cartões de crédito pelo aplicativo cartões Caixa;
  • Já os titulares de contratos habitacionais em atraso podem:
  • usar seu saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para pagar até 80% da prestação mensal do financiamento habitacional, compreendendo até seis prestações em atraso;
  • incorporar encargos ao saldo da dívida, de acordo com o enquadramento do contrato nas condições negociais disponibilizadas pela Caixa;
  • pausa no pagamento das prestações, de acordo com o perfil do contrato.​

São exemplos de contratos habitacionais: financiamentos para compra de imóveis novos ou usados; aquisição de terreno e construção; reforma ou ampliação de imóvel.

As negociações podem ser feitas por meio do aplicativo Habitação Caixa.

Fonte oficial